Em meio à disputa eleitoral dos presidenciáveis Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT), o futuro dos clubes brasileiros em relação às políticas públicas de incentivo ao futebol vive período de imprevisibilidade.
Da renovação anual do patrocínio da Caixa Econômica Federal que estampa as camisas de 24 clubes das Séries A e B do Brasileirão às exigências do programa de refinanciamento das dívidas fiscais, o Profut, o momento é marcado por incertezas.
“Podemos falar apenas em suposições, pois os dois candidatos não detalharam o que fazer com o esporte”, admite o especialista em marketing esportivo, Erich Beting.
Segundo Betting, uma hipotética eleição de Haddad reforçaria metas do Profut que ficaram relaxadas e aumentaria a cobrança sobre as agremiações que aderiram à lei criada em 2015 no governo de Dilma Rousseff (PT). Além disso, daria garantias da renovação do patrocínio da Caixa.
“O cenário não mudaria muito em relação ao que o PT fez nos últimos anos. Foi uma seara que pouco mudou, mesmo com a entrada do Michel Temer”, explica.
Uma hipotética vitória de Bolsonaro, por sua vez, desencadearia um cenário de maior incerteza, pois o plano de governo do candidato não detalha os projetos para a área do esporte.
“Uma privatização da Caixa Econômica poderia afetar o patrocínio dos clubes”, ressalta o também especialista em marketing esportivo, Amir Somoggi. “Mas, mesmo privatizada, a Caixa poderia analisar tecnicamente se vale a pena continuar com os patrocínios no futebol ou não. Não foi ruim para a Caixa patrocinar os clubes”, completa.
O orçamento de 2018 do banco federal previu investimento máximo de R$ 152 milhões em clubes de futebol em 2018.
Já para Betting, a possibilidade de um governo Bolsonaro transformar o Ministério do Esporte em uma subpasta pode representar menos investimentos na área esportiva. “Com o Bolsonaro temos um cenário menos alentador. Os clubes podem esperar bastantes mudanças acontecendo”, diz.
“O lado positivo é que essas mudanças talvez não sejam prioridades deste novo governo de Bolsonaro e poderiam demorar para acontecer. A vitória do Bolsonaro deixa o cenário mais imprevisível”, reforça.
Esporte e sociedade
Futebol profissional à parte, Somoggi adverte para a falta de projetos de ambos os candidatos para a questão da saúde pública relacionada ao esporte.
“Infelizmente, o Bolsonaro não tem propostas, só fala em matar e morrer, só tem ódio, então não posso comentar. E o PT vai usar o futebol para seus interesses mais particulares novamente”, lamenta.
“O número de obesos e sedentários no Brasil é uma questão de saúde pública. Se fala de dinheiro público no esporte, mas não falam de propostas que o relacionem à saúde pública”, completa.
Esportes Olímpicos
As incertezas do esporte brasileiro em meio ao processo eleitoral preocupam também os esportistas olímpicos. “Haverá mobilização se próximo governo cortar verbas”, disse em entrevista à Folha de São Paulo, nesta quinta-feira (11), o presidente do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Paulo Wanderley Teixeira.
“Só espero que quem vencer tenha a sensibilidade para manter avanços que o esporte teve no Brasil nos últimos anos. Quero acreditar que os candidatos estão pensando de forma positiva no esporte brasileiro, apesar de não estarem comentando abertamente. Não seria razoável encolher o esporte”, cobrou.
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