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O bom humor e o otimismo de Evaristo de Macedo na chegada ao CT do Caju não transpareciam a situação que o Atlético vive no Campeonato Brasileiro. Os risos e elogios ao lado da cúpula atleticana pareciam ignorar que o time está na modesta 15.ª posição, apenas três pontos acima da zona de rebaixamento.

A luta para fugir da Série B tem sido a rotina do vetereno treinador de 72 anos nas últimas três temporadas. Depois de salvar o Flamengo em 2002, comandou o Bahia antes de a equipe entrar na queda livre que a levou à Segundona e estava no banco de reservas do Vitória durante a degola em 2004.

De volta ao Furacão depois de nove anos, o substituto de Antônio Lopes minimizou o perigo pela proximidade com os quatro últimos colocados. Enquanto se concentrava para responder mais uma pergunta sobre o delicado ponto na tabela que os seus novos comandados ocupam, foi subitamente interrompido. "O Atlético não está na zona de rebaixamento", argumentou o presidente do Conselho Deliberativo Mário Celso Petraglia.

Evaristo reforçou a tese de Petraglia, dizendo que a situação na Baixada não é tão grave. E que, principalmente, há enormes diferenças entre o Rubro-Negro e as últimas equipes que dirigiu – Bahia e Vitória foram parar na Série C.

"Há lugares em que você chega e vê que não há saída. O Vitória, por exemplo, é um clube muito complicado. No Bahia me chamaram agora, faltando sete jogos para salvar o time, mas não tinha condição. Aqui no Atlético é bem diferente, tem saída. Por tudo que o clube faz e representa, não merece esta posição na tabela", disse.

O treinador fez questão de revelar outro motivo fundamental para aceitar assumir o Furacão faltando apenas 15 rodadas para o fim da temporada. A amizade com Petraglia, construída em sua primeira passagem por Curitiba, em 1996, é mantida até hoje.

"Talvez se fosse outro clube que me convidasse agora, eu não aceitaria. Caminhava na praia todos os dias e surgiu o convite do presidente (Petraglia), com quem tenho uma grande amizade", afirmou ele, que estava fora do futebol desde o rebaixamento do Vitória.

Mesmo com um modesto currículo recente, o novo técnico rubro-negro tem muito do que se orgulhar. Como jogador, foi ídolo em dois dos maiores clubes do mundo: o Barcelona e o Real Madrid, nas décadas de 50 e 60. Em 1957, se consagrou como o maior goleador da seleção brasileira em um único jogo: cinco gols contra a Colômbia no Sul-Americano do Peru. Já como treinador, a trajetória teve início no Santa Cruz há mais de 30 anos. O grande momento foi com o Bahia, campeão nacional de 1988.

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