O técnico Paulo Bonamigo já descobriu o motivo de o Coritiba não vencer fora de casa há 11 rodadas, desde o triunfo por 2 a 1 sobre o São Raimundo, em Manaus, justamente na sua reestréia no clube (20/5): falta concentração ao time, que erra nos pequenos detalhes.
Detalhes como no primeiro gol do Atlético-MG, na terça-feira, em que o volante Márcio Egídio escorregou na hora de cortar o lançamento do ex-paranista Galvão, facilitando a vida do atacante Roni. Ou ainda no gol de Felipe para o Naútico, em que o mesmo Márcio Egídio perdeu a bola para Kuki no meio-de-campo. A dois pontos do próprio Náutico, a "falta de concentração" do prata da casa tirou pontos preciosos do Coxa na briga pela liderança da Série B.
A seqüencia de falhas, contudo, rendeu apenas um puxão de orelhas a Egídio, a quem, juntamente com o também volante Douglas Peruíbe, Bonamigo chama de "meus pitbulzinhos", devido ao poder de marcação e vigor físico da dupla.
"Sei que errei, mas só erra quem está lá. Não serei o primeiro nem o último jogador a falhar. Faz parte do futebol. E como essa é a profissão que escolhi, não adianta reclamar, tenho de me acostumar", afirmou o jogador, em uma sucessão de clichês.
Apesar da bronca, Bonamigo não sinaliza para uma mudança no time. Pelo menos na partida de amanhã, às 15h45, contra o Gama, no Couto Pereira, a camisa 5 ainda será de Egídio. "Conversei com o grupo e pedi o máximo de concentração durante os 90 minutos. Não podemos relaxar, principalmente nos momentos cruciais. Nós é que temos de forçar o erro dos adversários", disse o treinador. "Eu gostei da postura do Egídio. Ele não se abateu com a falha e se recuperou dentro do próprio jogo, demonstrando muita personalidade", completou.
Homem de poucas palavras, o volante exerce um papel-chave no esquema do técnico. Terceiro zagueiro pela esquerda, o jogador fica encarregado de marcar um dos atacantes, deixando o experiente Índio na sobra. Ele ainda tem liberdade para, de vez em quando, arriscar uma subida ao ataque, fazendo dobradinha com o lateral Ricardinho.
Egídio é hoje o que Reginaldo Nascimento era na equipe que terminou o Brasileiro de 2003 na quinta colocação, o que rendeu ao Coxa uma vaga na Libertadores do ano seguinte, também sob a batuta de Bonamigo.
"O grupo me apoiou e ajudou na minha recuperação. Estou preparado e focado no Gama. Só penso em ajudar o Coritiba", comentou o meio-campista.