Durou uma etapa a participação feminina na edição 2005/06 da Volvo Ocean Race. A australiana Adrienne Calahan não fará mais parte da tripulação do Brasil 1 nas próximas pernas da competição. A saída da única mulher da tradicional regata volta ao mundo foi anunciada, ontem, pelo capitão brasileiro Torben Grael.

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Como os treinos para a segunda perna da Volvo começam em menos de duas semanas, o comandante e o diretor do projeto, Alan Adler, já negociam com outro navegador. O nome do novo tripulante será anunciado nos próximos dias.

A extrema exigência física dos barcos usados na regata seria a justificativa para a primeira baixa significativa da regata. "Essa mudança é apenas para as próximas pernas, não é algo definitivo", disse Torben. O capitão do barco brasileiro chegou a convidar Adrienne para ocupar um lugar no time em terra nas outras pernas, mas ela ainda não respondeu.

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Na segunda-feira, uma confusão de informações causou mal-estar entre a equipe do Brasil 1. Em entrevista ao site oficial do evento, a navegadora afirmou ter recebido de Alan Adler a notícia de que estaria fora da equipe. "Não posso apontar algum incidente que possa ter levado a essa decisão. Gostei de trabalhar com o Torben e geralmente concordávamos em onde ir", disse ela.

Logos após a declaração, a assessoria do Brasil 1 divulgou nota afirmando que a decisão ainda não tinha sido tomada, e que uma reunião na terça-feira resolveria o caso.

"Não tem nada a ver com o resultado da etapa ou a performance da Adrienne, ambos muito bons. Queremos apenas uma pessoa mais adaptada às condições de ventos fortes que iremos enfrentar. Os motivos da troca não foram técnicos, mas físicos", disse Torben.

A questão da capacidade física a bordo do Brasil 1 ficou ainda mais evidente com os problemas físicos enfrentados pelo regulador de vela Marcelo Ferreira. Durante os dias iniciais da primeira etapa – entre Vigo, na Espanha, e Cidade do Cabo, na África do Sul – o bicampeão olímpico teve febre e não pôde participar dos turnos.

"Essa etapa marcou a primeira vez que velejamos com dez a bordo. Até então, o mínimo era de 11. E, com dez pessoas, a situação ficou muito onerosa para toda a tripulação, ainda mais com o problema do Marcelo", justificou Torben.

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Nas pernas entre Cidade do Cabo e Rio de Janeiro, os competidores passarão por alguns dos trechos mais perigosos do planeta. Velejando a altas latitudes, perto da Antártida, os veleiros enfrentam ventos fortíssimos, ondas gigantes e o perigo de ter por perto enormes icebergs.