O basquete feminino estreia hoje nos Jogos Pan-America­­nos de Guadalajara com um olho no passado e um pé no futuro. A partir das 13h30, o time nacional enfrenta o Canadá buscando repetir o último ouro conquistado na competição, há 20 anos, quando apresentou ao mundo a geração ldierada por Hortência e Paula. Foi no Pan de Havana, em 1991, em uma partida que entrou para a galeria de jogos memoráveis da modalidade. O contraponto ao apelo histórico é o fato de o técnico Ênio Vecchi ter convocado jogadoras mais novas, visando a formação do grupo que disputará a Olimpíada de Londres, no ano que vem.

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Uma delas é a pivô Damiris, 19 anos, eleita a melhor jogadora do Mundial sub-19 disputado neste ano, que jogará ao lado das veteranas Iziane e Érika, que defendem o Atlan­­ta Dream, da WNBA, a liga norte-americana de basquete. "Venho em boa fase e conto muito com a ajuda das mais velhas, a cada bola", diz a novata, jogadora do Celta de Vigo, da Espanha.

"Brinco que algumas delas nem haviam nascido quando fizemos aquela final histórica, com o [ex-presidente cubano] Fidel Castro nos entregando o ouro no pódio", diz a au­­xiliar técnica Janeth Arcain, que em 1991 era ala da seleção que venceu Cuba, dentro da ilha.

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Desde então, o Brasil esteve somente mais duas vezes no pódio de Pans: o bronze em Santo Domingo (2003) e a prata no Rio (2007), na partida que marcou a despedida das quadras de Janeth. "Naquele ano, não importou a cor da medalha, mas toda a história que foi construída. E, desde então, foi-se montando um novo grupo, que acaba de conseguir a classificação olímpica", destaca a auxiliar.

Repetir a final duas décadas depois, porém, não será possível: as caribenhas não estão na competição. No Gru­­po A, jogam Estados Uni­­dos, Argentina, Porto Rico e os do­­nos da casa, México. O Brasil está no B, teoricamente mais fácil, com Canadá, Jamaica e Colômbia. "Não podemos entrar com o espírito de co­­meçar com confrontos mais fáceis", avisa Damiris.

Na primeira fase as equipes jogam entre si, em turno único, nos seus respectivos grupos. Depois do Canadá, as brasileiras enfrentam a Ja­­maica, amanhã, e, no domingo, a Colômbia. Os dois primeiros colocados de cada cha­­ve se classificam para a semifinal.