Para fechar a primeira fase da Copa das Confederações com 100% de aproveitamento, a seleção brasileira apostou em algo mais do que a força da torcida e a capacidade de decidir do camisa 10. Uma espécie de "serviço sujo" para segurar os adversários. O time de Felipão foi disparado o que mais cometeu faltas: 67 nas três vezes em que esteve em campo (média de 23,3 por jogo). Com destaque para o seu principal jogador. Além de artilheiro do time, Neymar é o que mais cometeu infrações no torneio: 13.
Os números crescem desde a estreia. O time abriu os trabalhos com 15 faltas sobre os japoneses, pulou para 25 em cima dos mexicanos e bateu o próprio recorde com as 27 de sábado nos italianos em nenhum dos jogos o adversário fez mais: foram 14, 16 e 18, respectivamente, sofridas pela seleção brasileira.
"Nosso time está com muita vontade de recuperar a bola. Inclusive nós ali na frente, que temos a função de iniciar a marcação", diz o meia Oscar, segundo colocado do Brasil e da competição no ranking de faltas, com quatro a menos do que Neymar. O zagueiro uruguaio Lugano, autor de oito infrações, era o principal candidato a superá-los. Mas o técnico Oscar Tabárez resolveu poupar seus titulares ontem contra o Taiti.
Neymar, Oscar e Hulk, que compõem o trio de meias-atacantes brasileiro, contabilizaram cinco faltas cada apenas no jogo contra a Itália. Chama atenção o contraste com os zagueiros, por exemplo. Entre eles, Thiago Silva não fez nenhuma, David Luiz duas e Dante, que entrou em seu lugar, uma. "Isso mostra que estão querendo ajudar, brigar pelo time. A marcação forte desde a saída do adversário facilita para a gente ali atrás", reconhece David Luiz.
Em segundo lugar ficou o Uruguai de Lugano, com 52 marcações da arbitragem uma a mais do que a Itália. Os charruas foram os que mais se aproximaram dos números do Brasil contra mexicanos e italianos: foram 22 sobre a Espanha na derrota por 2 a 1 na primeira rodada. Retrospecto que indica para um jogo truncado e de muita bola parada na semifinal de quarta-feira contra a seleção brasileira em Belo Horizonte.
O time mais bonzinho da primeira fase da Copa das Confederações foi o Taiti, com apenas 19 faltas cometidas, mantendo o jogo limpo apesar de voltar para suas belas praias com três goleadas na sacola.