O poder de fogo da delegação brasileira no Pan-Americano de Guadalajara equivale a "bala de canhão para matar formiga". A comparação parece exagerada, é verdade, mas o país leva uma das maiores e mais estreladas equipes para a disputa continental, a partir de sexta-feira, no México. A ideia consiste, no máximo, em almejar um segundo lugar geral.
O melhor desempenho será dos Estados Unidos, que costuma desprezar a competição regional, sem levar seus principais competidores especialmente no basquete, natação e atletismo. Os americanos devem manter a supremacia histórica têm 3.840 medalhas (1.705 ouros, 1.247 pratas e 888 bronzes) em 15 edições, seguido de Cuba (1.793 medalhas) e Canadá (1.576).
Ainda na esteira da melhor atuação em Pans, em 2007 (161 medalhas, 54 ouros), quando foi o anfitrião, o Brasil espera provar ter condições de um bom desempenho como dono da casa na Olimpíada do Rio, em 2016. Os melhores dentre os melhores do país com exceções no vôlei masculino e basquete foram convocados para competir em Guadalajara.
Na natação, os holofotes serão de Cesar Cielo, que não terá de dividir atenção com Michael Phelps (oito ouros na última Olimpíada) e Ryan Lochte (2 ouros olímpicos). Campeãs olímpicas na China, a saltadora Maurren Maggi e a equipe feminina de vôlei vão com força máxima no México.
Maggi quer o bicampeonato no Pan; e as comandadas de José Roberto Guimarães, apagar o vexame na final da edição carioca, quando perderam para as norte-americanas.
A lista de medalhões tem ainda as duplas Juliana e Larissa, Alison e Emanuel, soberanos no Circuito Mundial de vôlei de praia. Os ginastas Diego Hypólito e Jade Barbosa devem repetir as medalhas douradas conquistadas em 2007.
As Fabianas campeãs mundiais também defenderão o Brasil: a Murer, no salto com vara, fará em Guadalajara um treino de luxo para 2012. Já a Beltrame, no remo, concorre em categoria não-olímpica. Os judocas também sempre são apostas certas de medalhas: Leandro Guilheiro, Tiago Camilo, Mayra Aguiar e Rafaela Silva têm a missão de manter a tradição.
Contudo, o Brasil dificilmente repetirá ou superará o desempenho da última edição, afirma o chefe da delegação, Bernard Rajzman. "O melhor resultado de um país se dá competindo em casa." Não se fala em números para a competição mexicana.
Como o Canadá também não prioriza o evento continental, a concorrência direta pelo segundo posto será contra Cuba. Em 2007, eles estragaram a festa no Rio ao ficar com a segunda posição, com 59 ouros, quatro a mais que os brasileiros (54).
O que tira o interesse dos países na competição das Américas é que vale poucas vagas para a Olimpíada de Londres. São cerca de 100 vagas especialmente em modalidades sem apelo de público: canoagem, tiro, saltos ornamentais, tênis de mesa, nado sincronizado, handebol, triatlo e pólo aquático.
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