Brasil e Itália fecham neste sábado (22) a fase classificatória do Grupo A já com a vaga assegurada para a semifinal da Copa das Confederações, o que não muda em nada o interesse e a tradição dessas duas equipes, rivais desde sempre no futebol. Carlos Alberto Parreira deu o tom para a importância do confronto marcado para as 16 horas, na Arena Fonte Nova, em Salvador. "Nós ganhamos dos italianos na Copa do Mundo de 1970 e de 1994 (nas duas, Parreira estava no grupo). Só isso já dimensiona o tamanho desse jogo para os dois lados".
Há ainda uma terceira força envolvida na partida, a Espanha. Quem ficar em segundo lugar na chave, deve encarar o time espanhol já na semifinal, na próxima quinta-feira (27), em Fortaleza. E isso não seria bom nem para brasileiros nem para italianos. Quem ficar na frente recebe provavelmente o Uruguai, na quarta (26), em Belo Horizonte.
O Brasil tem a vantagem de jogar pelo empate devido ao melhor saldo de gols que a Itália: cinco contra dois. Felipão terá ao menos uma baixa: Paulinho. O volante torceu o tornozelo e não joga. "Existe a possibilidade de ele poupar um, dois ou três jogadores", revelou Parreira na véspera. Felipão pediu mais tempo para pensar. Há jogadores desgastados.
No treino desta sexta (21), apenas Paulinho não participou das atividades no estádio de Pituaçu. Em seu lugar, entrou Hernanes. Essa foi a única alteração. Felipão disse também que está "doidinho" para colocar Bernard no time, mas sabe que precisa esperar um pouco mais para não perder o embalo do entrosamento. "Quando der, a gente vai rodando".
Ele pode ainda dar folga para Thiago Silva e Daniel Alves, para escalar Dante e Jean, respectivamente. E por causa dos cartões amarelos. "Não vamos jogar pelo empate. Vou analisar a Itália para saber como ela vem. Sei que fará algumas mudanças. Isso nos dirá a nossa postura", disse Felipão.
Mesmo com a Itália desfigurada e cansada depois do jogo contra os japoneses, o Brasil não terá moleza na Arena Fonte Nova. O técnico italiano coloca o time no ataque, adiantando seu meio de campo. A seleção brasileira ainda não enfrentou um esquema desses na Copa das Confederações. Isso faz com que Felipão prenda seus volantes e até os laterais quando não estiver com a bola, formando uma linha de quatro e mais quatro no meio. Ironicamente, o mesmo esquema que tem sofrido para superar em seus rivais.
Com a marcação italiana avançada, se os meias do Brasil e, principalmente, Neymar conseguirem furar o primeiro bloqueio, terá espaço para partir para cima da defesa italiana.
SORTE
O Brasil ainda pode se aproveitar da ausência de Pirlo, machucado e com a possibilidade de não jogar mais no torneio. Ele coordena as jogadas e a Itália fica mais fraca sem o seu maestro. Também será a primeira vez de Neymar contra um grande da Europa em uma condição de novo jogador do Barcelona na seleção.
Neymar foi eleito o "cara do jogo" nas duas partidas da seleção até agora. Fez dois gols e começou contra o México a se soltar um pouco mais, com jogadas bonitas e objetivas, lembrando em algumas ocasiões aquele Neymar do Santos de 2012. Abate, o lateral-direito da Itália, já tem pesadelos com o atacante brasileiro. Embora Neymar ocupe o campo todo, é na esquerda que ele se fixa. Foi assim contra o Japão e muito mais diante do México.
Fred e Oscar são outros dois jogadores pressionados por uma resposta imediata. Ambos fazem o trabalho tático que Felipão pede, mas pessoalmente precisam de mais. O centroavante prometeu gols em todas a partidas - não fez nenhum. Para atormentá-lo, seu substituto Jô já marcou duas vezes. O meia é um leão no trabalho pela direita, mas é na frente e na criação das jogadas que o torcedor quer vê-lo brilhando contra a Itália.
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