Tóquio A diferença entre o céu e o inferno é apenas um jogo. Soberana nos últimos seis anos, a seleção masculina de vôlei tenta no sábado ir a mais uma final sob o comando de Bernardinho em 17 torneios, só não disputou o ouro dos Jogos Pan-Americanos de 2003.
Se vencer Sérvia e Montenegro, à 1h30 (de amanhã), mantém a sina de decisões com o treinador, mostra que superou a discussão de quarta-feira entre seus titulares e dá a uma renovada equipe a chance de obter seu o primeiro título importante. Uma derrota, no entanto, põe os brasileiros em situação ruim.
O Mundial do Japão é o primeiro grande teste do time após os Jogos de Atenas. Desde lá, peças foram mudadas, e a seleção acumulou mais dois troféus da Liga Mundial. Foi também um torneio de altos e baixos, em que o Brasil superou contusões e beirou a perfeição, mas também se apresentou mal, até com exasperadas discussões.
Antes mesmo de o Mundial começar, os jogadores já davam sinais do resultado mínimo que esperavam conseguir. "Temos de trabalhar mais que todos, saber que demos o nosso melhor. Mas, se não chegarmos à final, será péssimo", afirmou o capitão Ricardinho.
Desde 2001, a seleção só encarou os dois extremos em 2003. Naquele ano, uma vitória por 3 a 2 sobre a Sérvia e Montenegro deu à seleção o segundo título da Liga Mundial. Os jogadores, que ainda não haviam sido campeões olímpicos, foram recebidos como heróis.
Curiosamente, Bernardinho definiu assim o épico tie-break de 31 a 29 que encerrou a campanha vitoriosa: "A diferença entre irmos para o céu ou para o inferno foi de dois pontos".
Amanhã, a equipe tenta organizar a rotina e acertar os últimos detalhes. Para estar na quadra de novo no domingo. Na final.
Na TV: Brasil x Sérvia e Montenegro, à 1h30, na Globo/ RPC e no Sportv; Polônia x Bulgária, às 4 horas, no Sportv.