Mensagem para Londres: chineses fizeram uma festa de encerramento pensando no futuro, de olho na próxima edição paraolímpica, em 2012.| Foto: Frederic Brown/AFP

No clima de Londres

A Cerimônia de Encerramento dos Jogos Paraolímpicos de Pequim, realizada na manhã de ontem, deixou de lado as tradicionais músicas clássicas e eruditas e cedeu lugar a sons de guitarras, entrando no clima de Londres, sede da próxima edição dos Jogos. Uma chuva de folhas vermelhas invadiu o Ninho de Pássaro, representando a natureza. Bailarinos formaram um envelope na parte central do campo, com a inscrição "Carta ao futuro", referindo-se à próxima edição dos Jogos Paraolímpicos, que será em Londres, em 2012.Todos os atletas receberam um envelope. A intenção era fazer com que escrevessem mensagens para qualquer parte do mundo, que seriam entregues depois.

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Pouco antes de embarcar para a Paraolimpíada de Pequim, membros do Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) revelaram a esperança de voltar da China entre as dez nações mais bem colocadas no quadro de medalhas. Com uma delegação formada por 188 atletas, o Brasil fechou sua participação na 13ª edição do evento com 47 medalhas (16 de ouro, 14 de prata e 17 de bronze) e um histórico 9º lugar.

Os paratletas paranaenses contribuíram com a conquista de medalhas inéditas. Na bocha, esporte em que o Brasil estreou na competição, o pinhaiense Eliseu dos Santos trouxe um ouro e um bronze.

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O lugar mais alto do pódio veio na competição por duplas, em parceria com o paulista Dirceu Pinto. "Chegamos a Pequim com a intenção de conseguir o terceiro lugar. Observando os adversários durante os treinos, passamos a acreditar em um resultado melhor. Deu certo", revelou Santos pouco antes de participar da cerimônia de encerramento que aconteceu ontem. O bronze do paranaense foi decidido na disputa individual contra o espanhol José María Dueso.

Outra conquista do estado foi da dupla curitibana de tênis de mesa, Luiz Algacir da Silva e Welder Knaf. Eles ganharam a medalha de prata, também inédita para o Brasil. A mineira Terezinha Guilhermina, uma paranaense "adotiva" que escolheu Curitiba para treinar, foi a mais rápida na prova dos 200 metros. Ela subiu ao pódio mais duas vezes, prata nos 100 e bronze nos 400 metros.

O Brasil mostrou que continua dependendo da natação e do atletismo. O desempenho de ambas melhorou. Em Atenas, as modalidades somaram 27 das 33 medalhas conquistadas. Na China este número subiu para 34. São das piscinas e das pistas também os novos heróis paraolímpicos.

Do Cubo D’Água vieram oito medalhas de ouro, divididas entre dois estreantes. O carioca André Brasil, que compete pela classe S10, e o paulista Daniel Dias, da classe S5 – o grande nome da delegação brasileira. Em 11 provas disputadas, Dias subiu ao pódio nove vezes e foi o maior medalhista da edição chinesa. Foram quatro ouros, quatro pratas e um bronze.

Os dois atletas começaram a treinar inspirados por um ídolo que não brilhou em Pequim. Clodoaldo Silva, que havia conquistado sete medalhas em Atenas. Na China o nadador foi submetido a uma reclassificação esportivo-funcional e passou a competir na classe S5. Com isso, conseguiu apenas dois pódios em revezamentos. Prata no 4 x 50 m medley e bronze no 4 x 50 livre.

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O grande nome do Atletismo foi Lucas Prado, que conquistou três ouros em três provas disputadas: 100, 200 e 400 metros.

Nas primeiras posições do quadro de medalhas, a dona da casa repetiu a boa campanha de Atenas-2004 e ficou em primeiro lugar com 211 medalhas (89 ouros, 70 pratas e 52 bronzes), seguida do Reino Unido com 102 medalhas (42 ouros, 29 pratas e 31 bronzes) e dos Estados Unidos com 99 medalhas (36 ouros, 35 pratas e 28 bronzes).