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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

Após sete anos de divórcio, a reconciliação entre a seleção brasileira e o Maracanã teve os altos e baixos de um bom casal. Mas terminou com final feliz: a equipe goleou por 5 a 0 o Equador nesta quarta-feira, conseguiu sua primeira vitória nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 2010 e deixou o campo em lua-de-mel com a torcida.

Em dois jogos, o Brasil tem quatro pontos. Após o empate sem graça em 0 a 0 com a Colômbia, o time de Dunga demorou a conquistar a massa no Rio. No primeiro tempo, fez 1 a 0 com Vágner Love, que estreou no estádio. Porém, o ex-palmeirense perdeu muitas chances e chegou a irritar a torcida. Até gritos por Obina, xodó do Flamengo, foram ouvidos.

Na etapa final, a seleção foi vaiada até ampliar com Ronaldinho Gaúcho e Kaká, que não faziam boa partida. Após o golaço que marcou, o ex-são-paulino ouviu a galera chamá-lo de melhor do mundo. E ainda teve mais: Elano e Kaká, com um frangaço de Viteri, fecharam o placar em 5 a 0. Com saudades, o Maracanã vibrou de alegria, embalado pelos mais de 85 mil pessoas presentes.

Só Love, só Love

O Maracanã lotado parece ter assustado o Equador, que não conseguiu assustar o goleiro Júlio César. Do outro lado, Robinho, Maicon e Vagner Love não deram sossego a Viteri. Bem marcados, Kaká e Ronaldinho pouco produziram.

Logo aos 5 minutos, Love perdeu sua primeira chance. Juan lançou de antes do meio-campo, o camisa 9 entrou na área e chutou por cima. Aos 10, a primeira oportunidade a agitar a torcida: Maicon, Robinho e Love fizeram tabelas, o craque do Real Madrid invadiu e bateu rente à trave esquerda.

Mais cinco minutos, e outro "uh!" da torcida. A zaga equatoriana se atrapalhou toda, Espinoza e o goleiro Viteri se enrolaram e a bola sobrou com Love, que chutou na trave. A torcida chegou a perder a paciência e vaiar o time, que respondeu com o gol.

E que golaço. Aos 18, Maicon tocou para Robinho, que deu um lindo toque por cima para o lateral-direito. O camisa 2 invadiu, deu um "drible da vaca" em Espinoza e cruzou para Love tocar sem problema para o fundo da rede.

Exigente, a torcida voltou a vaiar algumas vezes a equipe, principalmente quando os jogadores recuavam a bola. Mas, um lance de efeito de Júlio César, que driblou dois equatorianos, levantou a galera na arquibancada novamente.

Nos minutos finais, o Equador se irritou com o árbitro Jorge Larrionda: o time reclamou de um toque de mão de Gilberto na área, mas o juiz não marcou nada. No contra-ataque, Ronaldinho cobrou uma falta perigosa e quase ampliou.

De Obina ao frangaço A seleção continuou melhor que o Equador no segundo tempo e a torcida chegou a agitar as milhares de bandeirinhas novamente nas arquibancadas. Mas aos 11 o time quase cedeu o empate. Espinoza cobrou uma falta de longe, forte, e a bola passou rente ao travessão de Júlio César.

O goleiro, que pouco trabalhou antes do intervalo, teve ainda que salvar a seleção aos 13, quando Benitez entrou cara a cara na área.

A torcida perdeu a paciência e voltou a vaiar a seleção. O "auge" foi aos 24, quando Love perdeu mais um gol após cruzamento perfeito de Maicon. A torcida do Flamengo não perdoou e soltou a voz: "Obina! Obina! Obina!".

Um minuto depois, o ex-palmeirense desperdiçou outra boa oportunidade, batendo cruzado para fora. Nas arquibancadas, rubro-negros, tricolores, alvinegros e vascaínos passaram a entoar gritos de seus times.

Mas a torcida voltou a fazer a festa com a amarelinha aos 27, meio que "sem querer". Kaká arriscou o chute, Ronaldinho desviou e enganou o goleiro equatoriano. Festa que se completou aos 31: Kaká mandou de fora e marcou um golaço.

Todos os jogadores comemoraram juntos, em um ritmo que contagiou a torcida. E também a Robinho. O ex-santista ainda teve fôlego para fazer linda jogada pela esquerda, com direito a pedalada e drible de letra, no que o jogador chamou de "vai pra lá que eu vou pra cá". Deixou os zagueiros para trás e cruzou para a área. Elano, que havia entrado no lugar de Love, aproveitou para fazer 4 a 0.

Dois minutos depois, o goleiro Viteri ajudou o Brasil. Kaká chutou fraco de fora da área e o equatoriano aceitou; um françago: 5 a 0. Como um bom casal, Brasil e Maracanã fizeram as pazes.

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