Foi, sem dúvida, a maior atuação da história do futebol feminino brasileiro. Uma noite de gala no Dragon Stadium, em Hangzhou, na China, que encantou todos os torcedores. A seleção não apenas venceu com tranqüilidade os Estados Unidos por 4 a 0, nesta quinta-feira, na semifinal da Copa do Mundo. O Brasil deu show. E respondeu, em campo, com dribles e jogadas bonitas, todas as provocações das americanas antes da partida, que reclamaram e disseram que a seleção esquecia de jogar bola e só sabia pará-las com faltas. Agora, a equipe comandada por Jorge Barcellos vai atrás do inédito título. A decisão será neste domingo, às 9h da manhã (horário de Brasília), contra a Alemanha.
A seleção brasileira esteve muito perto da perfeição. E não se resumiu apenas à genialidade de Marta. A goleira Andréia foi segura ao defender duas difíceis bolas logo no início da partida. Aline esteve brilhante na marcação de Abby Wambach. Tânia orientava a defesa. Elaine era a raça em pessoa. Ester e Renata Costa não se cansavam de roubar bolas. Daniela Alves parecia se multiplicar. Estava em todos os lugares do campo. Para Formiga é até difícil encontrar adjetivos... uma líder, que abriu o caminho da vitória. Maycon estava incansável. Era sempre uma ótima opção no ataque. E Cristiane, um artilheira nata, que ainda ajudava na marcação.
Pela primeira vez na história, o Brasil vence o time principal dos Estados Unidos em uma partida oficial. Uma vingança perfeita para a derrota na disputa da medalha de ouro na Olimpíada de Atenas, em 2004.
Início arrasador do Brasil
Aos quatro minutos, Cristiane arrancou pela esquerda e foi derrubada na área por Whitehill. Pênalti claro que a árbitra suíça Nicole Petignat, que estava em cima do lance, não marcou.
O jogo estava eletrizante. No minuto seguinte, falta perto da área do Brasil. Osborne aparece livre e cabeceia. Andréia, novamente, faz a defesa. Logo depois, situação parecida, só que a favor do Brasil. Daniela Alves cobra e a zagueira Aline escora por cima do travessão. Tudo isso com apenas sete minutos de jogo.
O Brasil tinha mais a posse de bola e pressionava. As americanas, que tanto falavam que as brasileiras eram desleais, começaram a chegar junto. Shannon Boxx fez falta em Formiga e recebeu o cartão amarelo. Pouco depois Chalupny dividiu uma bola com Elaine, que levou a pior e precisou de atendimento médico. O jogo ficou parado quase três minutos.
E na volta saiu o gol brasileiro. Escanteio pela esquerda e Formiga cobrou. Osborne tentou cortar de cabeça e fez o gol contra. Festa no estádio, que torcia para o Brasil: 1 a 0. O gol desestabilizou as americanas. Sete minutos depois Marta recebeu lançamento pela direita, driblou duas adversárias e chutou rasteiro. Um golaço! Brasil 2 a 0.
Com a vantagem, o Brasil, que dominava a partida, recuou. E sofreu uma pressão desnecessária. As americanas começaram a cruzar bolas na área de Andréia, o que incomodou um pouco a defesa. Mas aos 46 minutos, para parar um contra-ataque do Brasil, Shannon Boxx fez falta sem bola em Cristiane. A americana foi expulsa. E o primeiro tempo terminou com as americanas fazendo 11 faltas contra dez do então chamado "desleal" time do Brasil.
Show e festa
Antes do início do segundo tempo, uma cena curiosa. As jogadoras ficaram esperando a volta do trio de arbitragem. E o Brasil começou muito melhor. Em um contra-ataque, perdeu a chance de ampliar. Eram quatro brasileiras contra duas americanas. Mas o último passe saiu errado. Aos quatro minutos, Maycon tabelou com Daniela Alves, que entrou na área e chutou. A bola foi para fora com muito perigo. Pouco depois, Maycon avançou livre e chutou cruzado para fora.
O gol era questão de tempo. Muito pouco tempo. Aos 11 minutos nova linda jogada brasileira. E Cristiane recebeu livre na área. Ela dominou e tocou rasteiro na saída da goleira Scurry: 3 a 0!
O Brasil passou a tocar a bola com maestria. E fazia as americanas correrem. Aos 30 minutos, Formiga quase ampliou em um lindo chute de fora da área. Logo depois Marta deu um drible genial na linha de fundo e Cristiane quase fez o quarto. Mas a melhor jogadora do mundo ainda assinaria uma obra-de-arte. Marta deu um lençol em Ellertson, driblou Llody e chutou para fazer o quarto gol. O estádio inteiro aplaudiu de pé. E começou a gritar sem parar o nome de Marta. Era o fim perfeito para um dia histórico para o futebol feminino brasileiro. Ah... Cristiane ainda chutou uma bola na trave!
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