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Os dois boxeadores que abandonaram a delegação cubana durante o Pan-Americano deverão voltar para casa em breve. A Polícia Federal espera que o governo cubano envie os passaportes de Erislandy Lara, de 24 anos, e Guillermo Rigondeaux, de 25, ou uma autorização de viagem. Assim que os documentos chegarem e houver vaga em aviões, os atletas poderão ser deportados imediatamente. A polícia também espera que Cuba pague as passagens aéreas. As informações são da TV Globo.

Os pugilistas foram detidos na última quinta, quando passavam uma semana de férias na Região dos Lagos. Os agentes da Polícia Militar do Rio de Janeiro os identificaram pelos característicos dentes de ouro que tornaram famoso Ringodeaux. Os atletas, que abandonaram sua delegação para lutar profissionalmente na Europa, se dizem arrependidos da fuga.

Enquanto não têm sua situação regularizada, os atletas permanecem sob liberdade vigiada em um hotel da Zona Metropolitana do Rio de Janeiro. Para evitar que eles voltem a sofrer assédio de agentes da empresa alemã que tentou levá-los embora, o endereço não foi divulgado pela polícia.

As deserções de Lara e de Rigondeaux, bicampeão olímpico na categoria até 54kg em Sydney-2000 e em Atenas-2004 e campeão do mundo em 2001, foram duramente criticadas pelo governo cubano. Os boxeadores foram acusados pelo líder Fidel Castro de traição por dinheiro.

Empresa alemã diz que não pretendia explorar atletas

A empresa alemã "Arena", que convenceu os atletas a abandonarem a delegação cubana, sustenta que não pretendia explorá-los, mas oferecer condições para que eles se profissionalizassem e pudessem ganhar dinheiro com o esporte.

- Há muitas décadas, o mundo do esporte está dominado pelo dinheiro. Não acredito que estes boxeadores tenham se deixado explorar. Cada um tem a sua oportunidade de ganhar muito dinheiro - afirma o advogado da empresa, Rafael Vilhena, em entrevista ao site da emissora "BBC".

O advogado diz que os pugilistas procuraram a empresa, e não o contrário. Vilhena explica que "contratos normais" foram oferecidos aos atletas. De acordo com ele, Lara e Rigondeaux assinariam com "Arena" por um prazo que iria de três a cinco anos e receberiam cerca de 65% a 70% do faturamento total de cada luta.

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