Brasil joga sem inspiração, empata com o Uruguai e se classifica nos pênaltis

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Foi dramático, mas o Brasil conseguiu, mesmo sem apresentar um bom futebol, se classificar para a final da Copa América ao derrotar nesta terça-feira, nos pênaltis, o Uruguai por 5 a 4, após empate no tempo normal por 2 a 2, em Maracaibo, na Venezuela. O herói do jogo foi o goleiro Doni, que defendeu a última cobrança, do zagueiro Lugano, garantindo a vitória brasileira. Doni já havia defendido também a primeira cobrança.

Agora o time comandado por Dunga aguarda o vencedor de Argentina e México, que jogam nesta quarta-feira às 21h50m (de Brasília). A decisão será no domingo, às 18h (de Brasília).

O Brasil começou melhor na partida, mas não encontrava o mesmo espaço para jogar como em outras partidas. Bem vigiado pela defesa uruguaia, Robinho não repetia a atuação de outros jogos.

O primeiro chute da seleção só veio aos oito minutos com Mineiro, que arriscou de fora da área, mas isolou a bola. Não demorou, porém, para o Brasil abrir o placar. Aos 12, Júlio Baptista fez boa jogada pela direita e cruzou para o meio da área. Mineiro dominou e bateu com força. O goleiro Carini espalmou e no rebote Maicon tocou para o gol.

Aos 15, o Brasil teve seu ímpeto paralisado por um apagão no estádio de Maracaibo. Os refletores demoraram 13 minutos para começarem a reacender, mas o árbitro Oscar Ruiz optou por reiniciar a partida.

Com "luz de boate", o Brasil também sofreu um apagão no seu futebol. Com o reinicio da partida, o Uruguai passou a dominar o jogo, principalmente nas jogadas de bola parada de Recoba.

Aos 41, Diego Forlan quase marcou. Ele recebeu na entrada da área e bateu de virada. Doni fez boa defesa espalmando para escanteio. Na sequência, Recoba bateu fechado e novamente Doni salvou o Brasil. Dois minutos depois, foi a vez de Recoba testar Doni, que novamente impediu o empate uruguaio.

Aos 48, porém, o goleiro nada pôde fazer. Recoba bateu escanteio na área, o goleiro Doni espalmou mal, a defesa brasileira vacilou e Forlan tocou no canto esquerdo para empatar.

Quando parecia que o primeiro tempo terminaria empatado, o Brasil chegou à virada. Aos 53, Maicon cobrou falta da direita e Júlio Baptista completou para o gol.

- Esse placar não está bom. Demos bobeira na gol, uma desatenção. O jogo está indefinido ainda - afirmou o lateral-direito Maicon no intervalo.

Segundo tempo insosso

O Brasil voltou para a segunda etapa tentando definir a partida, mas a seleção pecava nas finalizações. Aos 7, Robinho cobrou falta direito para o gol e Carini fez boa defesa.

Como não conseguiu o terceiro gol logo no início, a seleção passou a jogar nos contra-ataques, aguardando a Celeste em seu campo. Como resultado, o Brasil caiu muito de produção enquanto a equipe uruguaia pouco fazia para tentar o empate.

O Brasil passava a ter dificuldades para finalizar. Sem Recoba, que deixou o jogo no intervalo, o Uruguai também era tímido no ataque e o jogo caiu drasticamente de produção na segunda etapa até que a Celeste chegou ao empate. Aos 23, Rodriguez cruzou na área, Forlan desviou de cabeça e Abreu tocou para o gol vazio. A bola ainda bateu na trave e em Doni antes de entrar.

Com o gol, o técnico Dunga fez duas substituições. Diego e Fernando entraram nos lugares de Josué, que esteve muito mal no jogo, e Júlio Baptista. As substtuições, porém, não surtiram qualquer efeito. Aos 33, Dunga colocou Afonso Alves no lugar de Vágner Love. A única coisa que o atacante do Heereenven, da Holanda, conseguiu, foi tentar cavar um pênalti aos 38. Mas Oscar Ruiz não caiu na simulação do jogador e deu prosseguimento à partida.

O único chute a gol do Brasil aconteceu aos 42, em cobrança de falta de Alex que foi por cima do gol. Produzindo tão pouco, o jogo acabou indo para os pênaltis.

Doni brilha e garante o Brasil

Para as penalidades, Dunga escala Robinho, Juan, Gilberto Silva, Afonso e Diego para as cobranças. Robinho, que não brilhou durante a partida, abriu a série e fez 1 a 0 para o Brasil. Já o uruguaio Forlán não teve a mesma sorte e cobrou mal, permitindo que Doni fizesse a defesa com os pés. Afonso e Fernando, para o Brasil, e Pablo García, para o Uruguai, também desperdiçaram suas cobranças. Mas, nas séries alternadas, Gilberto deixou o dele e Doni, que se adiantou, defendeu a cobrança do ex-são-paulino Lugano. Brasil na final!

Uruguai 2 x 2 Brasil

URUGUAI 1 - Fabián Carini4 - Jorge Fucile2 - Diego Lugano19 - Andrés Scotti6 - Darío Rodríguez(13 - Abreu) 5 - Pablo García15 - Diego Pérez(8 - Gargano) 16 - Maximiliano Pereira7 - Cristian Rodríguez21 - Diego Forlán10 - Alvaro Recoba(20 - Ignacio Gonzalez) T: Oscar W. Tabárez

BRASIL12 - Doni2 - Maicon3 - Alex4 - Juan6 - Gilberto5 - Mineiro8 - Gilberto Silva17 - Josué(18 - Fernando) 19 - Júlio Baptista(10 - Josué) 11 - Robinho 9 - Vágner Love(20 - Afonso)T: Dunga

Gols: Maicon, aos 12 minutos do primeiro tempo (BRA), Forlán, aos 48 minutos do primeiro tempo, Júlio Baptista, aos 53 minutos do primeiro tempo. Abreu, aos 24 minutos do segundo tempo

Cartões amarelos: Gilberto, Fernando, Gilberto Silva (Brasil), Diego Pérez (Uruguai)

Árbitro: Oscar Ruiz (Colômbia)Auxiliares: Juan Carlos Bedoya (Colômbia) e Juan Carlos Arroyo (Bolívia)Data: 07/07/2007Estádio: José Pachencho Romero, Maracaibo (VEN)