A seleção brasileira feminina de vôlei sofreu a sua segunda derrota na fase final do Grand Prix e o heptacampeonato ficou mais distante. A líder Holanda, que nunca havia vencido o Brasil e já havia perdido duas vezes para as brasileiras neste Grand Prix, saiu de quadra, na madrugada desta sexta-feira (no horário de Brasília), em Ningbo (China), com uma vitória de três sets a dois (19/25, 25/19, 25/23, 23/25 e 15/8), em 1h48 de jogo. O resultado manteve as invictas holandesas na liderança da fase final da competição, com três vitórias, e muito próximas do título inédito.
Neste sábado, às 8h30 (de Brasília), pela penúltima rodada, o Brasil jogará contra a seleção da Itália, com transmissão ao vivo pelo SporTV. A Holanda enfrentará a Polônia, às 2h30 (de Brasília).
O jogo
O técnico da Holanda, Avital Selinger, começou a partida com Kim Staelens, levantadora reserva, no lugar de Riëtte Fledderus, talvez com o objetivo de ganhar altura na rede, afinal Staelens, de 1,82m, é 11cm mais alta que a titular.
O jogo começou muito equilibrado, com três erros seguidos de saques (dois do Brasil). Nenhuma das duas equipes conseguia escapar dois pontos na frente do marcador até que num bloqueio, a Holanda fez 7 a 5. Mas logo o Brasil conseguiu empatar e virar o jogo, indo para a primeira parada técnica obrigatória com 8 a 7 a seu favor.
Na volta quem conseguiu abrir dois pontos foi a seleção brasileira após uma cortada de Paula Pequeno na entrada de rede: 9 a 7. Mas as holandesas reagiram e viraram num ace de Chaïne Staelens.
O placar voltou a ficar a favor do Brasil após uma bela cortada de Sassá: 11 a 10. As equipes se alternavam no comando do marcador, num jogo de alto nível técnico. Com uma bola de cheque de Paula Pequeno, o Brasil foi para a segunda parada com dois pontos de vantagem: 16 a 14.
A seleção conseguiu manter a vantagem na volta à quadra, até conseguir três pontos de diferença, num bloqueio: 20 a 17. Neste momento o técnico holandês pediu tempo para tentar acertar sua equipe. Mas as brasileiras mantiveram o ritmo e após um belo rali, Paula Pequeno em outra bela cortada em diagonal da entrada de rede pôs no placar 22 a 17 para o Brasil.
Com atuação espetacular de Paula Pequeno, o Brasil caminhava para a vitória no primeiro set. E o último ponto veio com uma cortada em diagonal de Joycinha da entrada de rede: 25 a 19.
Segundo set
O segundo set começou com a Holanda um pouco melhor, tanto que abriu três pontos de vantagem: 6 a 3. Mas o Brasil conseguiu reagir e empatou em 6 a 6. Porém, o melhor momento era da seleção holandesa, que foi para a primeira parada técnica com 8 a 6 a seu favor.
O time holandês retornou à quadra ainda melhor e abriu quatro pontos de vantagem (11 a 7). O técnico José Roberto Guimarães, então, parou o jogo para orientar a seleção brasileira. Não adiantou, a Holanda estava melhor em quadra e acertava até jogadas que começavam erradas, abrindo uma boa diferença de pontos: 15 a 9. Na segunda parada, as holandesas estavam com 16 a 10 a seu favor.
Na volta, a Holanda fez mais um ponto e Zé Roberto pediu tempo. O time brasileiro errava muito na recepção e o set ficava fácil para a equipe holandesa. As brasileiras melhoraram e reduziram a vantagem para cinco pontos: 19 a 14. Então, foi a vez de o técnico holandês pedir tempo. Deu certo, pois sua equipe fez dois pontos seguidos, contando inclusive com erros brasileiros.
A vitória no segundo set se encaminhava para o lado holandês com certa facilidade, apesar de o Brasil ter esboçado uma reação. A diferença a favor da Holanda era muito grande e o set foi fechado com 25 a 19, após erro no saque de Paula Pequeno.
Terceiro set
Depois de um início equilibrado, a seleção brasileira parecia ter reencontrado seu melhor vôlei quando conseguiu abrir três pontos de vantagem: 5 a 2. Mas o time holandês conseguiu reagir e empatar a partida (5 a 5). Em seguida conseguiu virar e partir para a primeira parada técnica com 8 a 6 a seu favor.
A recepção brasileira voltou a falhar neste set, o que dificultava muito o trabalho da levantadora Carol Albuquerque e a variação de ataque. O Brasil retornou da parada técnica bem e empatou o jogo num bloqueio de Thaisa: 8 a 8. A virada veio outra vez com Thaisa, desta vez numa jogada rapidíssima, que foi muito comemorada pela equipe: 10 a 9.
O jogo voltou a ficar muito equilibrado, com as equipes se alternando novamente na frente no placar. O Brasil chegou a abrir dois pontos (15 a 13), mas logo a Holanda empatou, com uma bola de segunda da levantadora Kim Staelens: 15 a 15. Desta vez, as brasileiras é que foram para a segunda parada com vantagem: 16 a 15.
Em mais um erro de recepção, o Brasil permitiu a Holanda abrir dois pontos de vantagem (19 a 17), o que obrigou Zé Roberto a pedir tempo. Mas na volta, as holandesas fizeram mais um ponto e escaparam com três pontos. A seleção brasileira reagiu e ficou um ponto atrás (de 20 a 19 a 23 a 22), até que num erro holandês chegou ao empate: 23 a 23. Mas num ponto de bloqueio em Sassá, a Holanda venceu outro set: 25 a 23.
Quarto set
Zé Roberto voltou com Thaisa no lugar de Carol Gattaz no quarto set. As coisas nãofuncionavam bem para o Brasil, com a Holanda abrindo 4 a 1, quando Zé Roberto pôs Érika no lugar de Sassá. Num primeiro momento deu certo, pois o time reagiu e diminuiu a vantagem holandesa para 5 a 4.
Bastante segura, a seleção da Holanda mantinha o comando do marcador e foi para a primeira parada técnica com 8 a 6 a seu favor. As holandesas não davam chance de reação às brasileiras naquele instante e após um saque violentíssimo de Flier, abriu três pontos de vantagem: 11 a 8.
No entanto, o Brasil não se entregava e num saque curto de Érika, que entrara bem, as holandesas erraram e viram o placar voltar a ficar igual: 11 a 11. A Holanda voltou a abrir dois pontos de vantagem e a manteve até a segunda parada: 16 a 14.
Na volta, com garra, as brasileiras empataram numa cortada de Érika da entrada de rede na paralela (16 a 16), após um belo rali. O Brasil teve a chance de virar quando estava 18 a 18, mas no contra-ataque Paula Pequeno não aproveitou e as holandesas sim. Mas tudo indicava que a decisão do set seria pela diferença mínima, o que se confirmou.
O jogo ganhava contornos dramáticos e numa jogada sensacional entre Carol Albuquerque e Fabiana a seleção brasileira virou num momento importantíssimo: 22 a 21. O time brasileiro teve a chance de abrir dois pontos, mas Érika parou no bloqueio holandês: 22 a 22.
A vantagem veio após dois erros da Holanda, e o Brasil conseguiu um set point. As holandesas ainda obtiveram um ponto, mas numa cortada de Thaisa que explodiu no bloqueio holandês e saiu pelo fundo, a seleção brasileira empatou a partida com a vitória no quarto set por 25 a 23.
Tie-break
Com Érika e a jovem Thaisa mantidas na equipe, a seleção brasileira foi para o tie-break com a vantagem psicológica do retrospecto favorável contra as adversárias. Mas isso em nada abalou as holandesas. Elas é que saíram na frente e abriram logo de cara três pontos de vantagem (6 a 3). O time brasileiro voltou a errar muito e permitir que a diferença se ampliasse: 8 a 4 para a Holanda.
As holandesas ganharam confiança e abriram para 10 a 4. Zé Roberto pediu tempo e na volta o time brasileiro conseguiu dois pontos, muito festejados. No entanto, a distância no placar mostrava que a reação era quase impossível e a Holanda acabou fechando o set por 15 a 8 e ficou com a vitória, a primeira de sua história sobre o Brasil no feminino. um triunfo importantíssimo também porque deixou as holandesas muito próximas do título inédito no Grand Prix.
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