A velha dificuldade da seleção brasileira em vencer jogos na altitude (3.600 metros) de La Paz mostrou a cara novamente neste domingo. O time de Dunga, com algumas caras novas, foi derrotado pela Bolívia por 2 a 1. Olivares e Marcelo Moreno marcaram para a Bolívia, com Nilmar descontando. Foi a primeira derrota da seleção brasileira desde junho de 2008 (19 jogos), quando perdeu por 2 a 0 para o Paraguai, em Assunção.
A última vez que o Brasil venceu a Bolívia em La Paz foi em 1997, na final da Copa América (3 a 1). De lá para cá, foram duas derrotas e um empate em jogos válidos pelas eliminatórias.
Apesar da derrota, a já classificada seleção brasileira manteve a liderança na tabela das eliminatórias sul-americanas. O time de Dunga soma os mesmos 33 pontos do Paraguai, mas leva a melhor no saldo de gols, primeiro critério de desempate. Já eliminados, os bolivianos asseguram com a vitória o penúltimo lugar, com 15 pontos.
Com Luis Fabiano, Kaká e Gilberto Silva poupados e Robinho machucado, alguns jogadores ganharam chance de mostrar serviço na seleção. Diego Souza, Nilmar e Adriano começaram jogando, enquanto Alex e Diego Tardelli entraram no segundo tempo. Destes, apenas Nilmar teve destaque. Além do gol, o atacante foi o principal responsável pelas jogadas de ataque do Brasil.
A seleção brasileira começou o jogo em ritmo lento, enquanto a Bolívia partiu para cima. Logo aos 3 minutos, o atacante Arce, ex-Corinthians e hoje no Sport Recife, recebeu cara a cara com Julio César e obrigou o goleiro a fazer grande defesa.
Na sequência, Olivares teve sua primeira chance de cabeça, mas a bola saiu raspando a trave direita. O mesmo Olivares, entretanto, não perdeu sua segunda oportunidade, aos nove minutos. Após escanteio da esquerda, Julio César tentou sair do gol e ficou no meio do caminho. Olivares, livre no meio da área, testou para a rede.
Após o susto inicial, a seleção aos poucos se estruturou e criou chances para empatar. Nilmar, com muita movimentação, serviu como garçom nos melhores lances do Brasil. No primeiro, o camisa 11 deixou Diego Souza na cara do gol, mas o palmeirense bateu para fora.
Aos 23 minutos, Nilmar tabelou com Adriano, foi ao fundo pelo lado esquerdo e cruzou. Adriano entrou de peixinho, mas não conseguiu alcançar a bola.
Quando estava dominando as ações, a seleção brasileira sofreu o segundo gol. Aos 30, Marcelo Moreno bateu falta com muita categoria e correu para o abraço. Julio César nem sequer pulou para tentar a defesa.
A seleção brasileira não baixou a guarda e assustou novamente com Daniel Alves. O jogador do Barcelona soltou uma bomba de fora da área e carimbou a trave direita do goleiro Árias. No rebote, Adriano, da meia-lua, pegou mal na bola e perdeu a chance de diminuir a desvantagem brasileira.
O Imperador, por sinal, caiu em cima do tornozelo esquerdo após uma disputa de bola pelo alto e saiu de campo de maca, sentindo muitas dores. Adriano, que sofreu um corte no local, ainda retornou e, mancando, aguentou até o fim do primeiro tempo.
Após o intervalo, além de lançar Diego Tardelli na vaga do Imperador, o técnico Dunga mandou a campo Alex no lugar de Diego Souza, que teve atuação apagada.
O segundo tempo começou morno. Nilmar, num chute de fora da área, aos 8 minutos, foi o responsável pelo primeiro lance de algum perigo. A bola, entretanto, foi para fora. A partida seguiu em banho-maria por algum tempo, mas o Brasil não abdicou de buscar o ataque. O esforço foi premiado aos 25 minutos, quando Maicon fez boa jogada pela direita e cruzou na medida para Nilmar testar para a rede.
O gol animou a seleção, que aumentou um pouco o ritmo em busca do empate. Mas a Bolívia soube se segurar bem e não permitiu que os brasileiros criassem grandes oportunidades para empatar. No fim das contas, os donos da casa podem se orgulhar de terem sido
Nesta quarta-feira, o Brasil encerra sua participação nas Eliminatórias contra a Venezuela, às 19h (de Brasília), em Campo Grande. Depois disso, o Brasil faz amistoso em 14 de novembro contra a Inglaterra. Haverá dois outros amistosos da seleção até o início da Copa do Mundo de 2010, ainda sem adversário definido.