Bastaria um pouco de memória e, mesmo ela faltando, episódios recentes se encarregaram de desmontar a teoria ‘natimorta’ de Carlos Alberto Parreira. No fim de maio, o coordenador técnico da então favorita seleção brasileira classificava a CBF como o "Brasil que dá certo". Três meses e meio depois, a mandatária do futebol brasileiro viu ruir o sonho do hexacampeonato na mais impensada humilhação e aumentou seu repertório de inabilidades.

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Dois meses depois da benevolente definição de Parreira, a entidade se viu em meio a uma lambança do seu departamento de registros. Em uma decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, Brasília perdeu o título da Copa Verde de 2014, conquistado no mês de abril, diante do Paysandu.

A punição foi ocasionada por um erro da Confederação, que não registrou devidamente a prorrogação dos contratos de quatro jogadores no Boletim Informativo Diário (BID), mesmo com o clube tendo feito todos os procedimentos necessários.

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Ainda assim o tribunal en­­tendeu que o Brasília foi o grande culpado e que poderia ter evitado o acontecido. Desta forma, o Paysandu é o campeão do torneio regional.

A polêmica foi a ‘gota d’água’ no descontentamento dos clubes com o sistema de registro, que além de ser frequente, tornou-se crescente. O Botafogo também havia se envolvido em polêmica semelhante, após a publicação da súmula do clássico contra o Flamengo. No documento, o árbitro relatava que Emerson Sheik e Edilson estavam suspensos – a dupla, no entanto, cumpriu suspensão em jogo com o Coritiba, no dia 19 de julho. A Procuradoria Geral do Superior Tribunal de Justiça Desportiva informou que iria enviar um ofício à CBF pedindo explicações.

A opção da entidade foi por demitir Luiz Gustavo Vieira, responsável por administrar o BID e há 25 anos na entidade.

Com o movimento Bom Senso FC na cola, teve o calendário 2015 coberto por criticas. Os principais pontos da discórdia. Promessa de 30 dias de pré-temporada não cumprida, 19 datas para Estaduais e "vazio" para clubes pequenos, datas-Fifa em amistosos sem parar o Brasileiro, parada da Série A nas Eliminatórias é "artificial", Copa América desfalcando clubes, Copa do Brasil x Copa Sul-Americana com chance de entrega e clubes sem data para excursões.

"Sem clubes não tem nada, não tem formação, seleção e campeonato que possa ser reconhecido. Os clubes hoje estão completamente enfraquecidos", comentou o ex-jogador Leonardo, em entrevista ao SporTV. "O campeonato é o produto que vai ser vendido, então vai ter gestor e gente que entende de gerenciamento e futebol, que pense todo o tempo no campeonato. A CBF é uma controladora e reguladora do que os clubes fazem, mas ela não é uma promotora do campeonato, não consegue promover porque não é nem organizada para isso", avaliou.

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O fato é que os atletas continuam não sendo ouvidos. "Eles ouviram algumas vezes, mas agora tudo esfriou", afirmou o diretor executivo do Bom Senso, Ricardo Martins.