La Paz (AE) Carlos Alberto Parreira optou por poupar a maioria dos principais jogadores da seleção brasileira do sacrifício de jogar em La Paz. Queria aproveitar a partida nos 3.600 metros da capital boliviana para fazer mais algumas observações visando a definir o grupo que vai à Copa do Mundo. Sorte do treinador que ele já escolheu a grande maioria dos atletas que irão à Alemanha. Do contrário, ficaria com dor de cabeça. A atuação da se leção no empate por 1 a 1 com a Bolívia foi sofrível.
Com a igualdade, o Brasil chegou aos 31 pontos nas Eliminatórias Sul-Americanas. Na quarta-feira, encerra sua participação enfrentando a Venezuela, em Belém, e vai ter como estímulo tentar tirar da Argentina o primeiro lugar na classificação.
Tudo bem, jogar na altitude é complicado, atestam médicos, preparadores físicos e os próprios atletas. Mas os brasileiros, que chegaram a La Paz cerca de duas horas antes do início da partida, bem que poderiam ter se esforçado um pouco mais. A opção, no entanto, foi por um jogo excessivamente cadenciado (lento, em bom português), sem grande preocupação em atacar um adversário horroroso tanto que é o lanterna das Eliminatórias. O ritmo modorrento preponderou durante quase todo o jogo.
No primeiro tempo, a seleção ainda apresentou bons momentos em arrancadas de Robinho e algumas boas jogadas de Juninho Pernambucano. E foi justamente este o caminho encontrado para chegar ao gol. Aos 24 minutos, o ex-santista sofreu falta de Galindo perto da área. Juninho cobrou com categoria, a bola bateu na trave, no goleiro Arias e entrou.
Mas a seleção pouco fazia de produtivo. Os laterais não apoiavam (Cicinho, aliás, fez uma partida simplesmente horrível, chegou a dar uma bolada em Alex e errou até cobrança de lateral). O meio-de-campo não armava jogadas a bola normalmente ia direto da defesa para o ataque, mas os chutões sempre acabavam nos pés dos bolivianos. E as bolas alçadas pelos adversários na área brasileira eram, como sempre, um deus-nos-acuda.
Ainda assim, o Brasil terminou a etapa em vantagem. Até porque Júlio César fez duas grandes defesas seguidas, aos 31 e 32 minutos, numa cabeça de Hoyos e num chute de Baldivieso.
Na etapa final, porém, não teve jeito. Logo aos quatro minutos, Pachi levantou bola longa na área do Brasil e Botero ajeitou de cabeça para Castillo bater forte, sem defesa para Júlio César: 1 a 1. No lance, falharam Cicinho, pois Botero cabeceou nas suas costas, Luisão e Roque Júnior, mal colocados.
Aos 13 minutos, Parreira colocou Alex e Gustavo Nery. Mas eles poucos apareceram, comprometendo as observações do treinador. No fim, um empate justo pelo pouco futebol apresentado pelas equipes.
Em La Paz
Bolívia 1Arias; Jáuregui, Vaca e Raldes; Hoyos (Castillo), Ângulo, Cristaldo, Baldivieso e Galindo (Paz); Botero e Gutierrez (Pachi).Técnico: Ovidio Messa.
Brasil 1Júlio César, Cicinho, Luisão, Roque Júnior e Gilberto (Gustavo Nery); Gilberto Silva, Renato (Alex), Juninho Pernambucano (Júlio Baptista) e Ricardinho; Robinho e Adriano.Técnico: Carlos Alberto Parreira.
Estádio: Hernando Siles. Árbitro: Jorge Larrionda (URU). Gols: Juninho (BR), aos 24 do 1.º; Castillo (BO), aos 4 do 2.º. Amarelos: Roque Júnior (BR): Gutierrez, Jauregui, Cristaldo (BO).
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