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Vitor Belfort (esq.) e o paulista radicado em Curitiba Anderson Silva (dir.) fazem a “luta do século” em 2011 | Divulgação
Vitor Belfort (esq.) e o paulista radicado em Curitiba Anderson Silva (dir.) fazem a “luta do século” em 2011| Foto: Divulgação

Rio - Treze anos depois, o Ultimate Fighting Championship está de volta ao Brasil. A primeira edição em solo nacional foi realizada em São Paulo, em 1998. Desta vez, o Rio de Janeiro receberá os combates do maior evento de artes-marciais mistas do mundo, programados para o dia 27 de agos­­to de 2011, na HSBC Arena.

O anúncio oficial foi feito on­­tem à tarde, no Palácio da Ci­­dade, pelo prefeito do Rio, Eduar­­do Paes, e o presidente da organização americana, Dana White. "Fui procurado há algum tempo e confesso que não tinha a di­­men­­são do que representa. É uma hon­­ra sediar [sic] o UFC", afirma Paes. "É uma data histórica para nós", complementa Whi­­te.

Atualmente, o UFC é uma das mais bem-sucedidas marcas es­­portivas do mundo, avaliada em US$ 1 bilhão pela revista For­­tune. Poderio financeiro que acaba transferido para as cidades que o recebem – a previsão é de um impacto econômico de US$ 15 a US$ 50 milhões com a realização.

Participaram também da coletiva de imprensa os lutadores Vitor Belfort, José Aldo, os curitibanos Maurício Shogun e An­­der­­son Silva, além do "pai" do UFC, Royce Gracie, todos eles atuais ou ex-detentores do cobiçado cinturão dourado. Trinta e seis atletas brasileiros são contratados da marca.

"Tudo começou por aqui, com o meu pai [Hélio Gracie], em busca de uma luta perfeita, o jiu-jitsu", declarou Gracie, primeiro campeão, um dos fundadores e principal popularizador da dis­­pu­­ta. "Na minha época, chamavam de vale-tudo. Mas não é isso. Há regras bem definidas".

Os ingressos para a edição ca­­rioca serão vendidos a partir de maio, e ainda não têm preços fi­­xados. "Teremos valores e setores para todos. Posso garantir", sentenciou White. Também não há definição sobre os lutadores que entrarão no octógono verde e amarelo.

"Eu gostaria muito de participar. Já fica aqui o meu pedido para o Dana White", avisou Bel­­fort, campeão mais jovem do evento, aos 19 anos. No UFC de es­­treia brasileiro, o carioca protagonizou uma luta histórica com Wanderlei Silva, batendo o curitibano em incríveis 11 segundos. Uma revanche está entre os possíveis confrontos desse retorno. "Não se preocupem, teremos um show incrível", previu o chefão Dana White.

O jornalista viajou a convite do evento.

Entrevistas

Anderson Silva, lutador.

Anderson Silva, paulista radicado em Curitiba, é atualmente o maior nome das artes-marciais mistas do mundo, com 12 vitórias consecutivas no UFC. Campeão da categoria médio, ele colocará o cinturão em jogo no mês de fevereiro, diante de Vitor Belfort, no encontro que está sendo apontado como a luta do século.

Qual a avaliação que você faz da vinda do UFC para o Brasil?

É uma grande oportunidade para os brasileiros. Sempre que estou na rua perguntam quando vou lutar aqui. Mas também para mudar muita coisa, tirar o preconceito que ainda existe sobre o MMA [sigla para mixed martial arts, artes marciais mistas em inglês].

Pode também popularizar o esporte no país?

Com certeza. É uma chance para os atletas que estão começando de ganhar um impulso extra.

Você hoje é o lutador a ser batido. Como lida com essa situação? Está preparado para enfrentar o Vitor Belfort?

Já mostrei que sei lidar com a posição de campeão.

Maurício Shogun, lutador.

O curitibano Maurício Shogun é o atual campeão da categoria meio-pesado do UFC. De terno e cinturão dourado pendurado no ombro, o curitibano falou da expectativa sobre a edição brasileira.

Como você encara a vinda do evento para o Brasil?

Tenho esse sonho de lutar no meu país, para os meus fãs, minha família. É muito gratificante saber que teremos o UFC por aqui, uma competição que já é respeitada em todo o mundo.

Que tipo de influência essa vinda pode exercer sobre as artes-marciais mistas?

Lembro que quando eu falava que era lutador minha sogra achava que era algo selvagem, eu era chutado da casa dela. Hoje, não mais. Pode ajudar muito, não apenas a popularizar, mas a diminuir o preconceito de quem pensa que é vale-tudo. Não é assim, somos atletas e profissionais. Eu vivo disso, sustento a minha família.

Você já tem sua próxima luta definida? Gostaria de participar da edição no Rio de Janeiro?

Ainda não sei quando e com quem eu vou lutar, mas isso deve acontecer logo. É claro que gostaria de estar no Rio de Janeiro ano que vem. Mas ainda é cedo para pensar nisso, vamos aguardar.

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