O jogo não vale nada, nem para Brasil, nem para Venezuela - que tem remotíssimas chances de classificação. Um já está na Copa de 2010; o outro, tem mesmo é que começar a pensar no Mundial de 2014. Mas o derradeiro duelo do País nas Eliminatórias Sul-Americanas, nesta quarta-feira, às 19h (de Brasília), no estádio Morenão, em Campo Grande, será o último antes do maior desafio verde-amarelo: a briga por mais um título mundial. Desta vez, na África do Sul.
Você pode conferir a transmissão do jogo AO VIVO pela RPC TV.
O clima de euforia que tomou conta da capital de Mato Grosso do Sul desde o sábado não define apenas uma torcida sedenta por um jogo com craques do quilate de Kaká e Luis Fabiano. Também demonstra, de maneira clara, o otimismo que tomou conta dos que acompanham o futebol da seleção nacional. Se Dunga não é unanimidade, pelo menos ficaram para trás os gritos de "Adeus!", ouvidos em jogos também das Eliminatórias, no Engenhão e no Mineirão.
Os mesmos que, há pouco mais de três anos, desconfiavam do poder de reação e de comprometimento do Brasil, depois da fracassada campanha na Copa da Alemanha, em 2006, veem motivos para sorrir e acompanhar os duelos em terras africanas no ano que vem.
Sob o comando do capitão do tetra, o Brasil fez caminho ascendente e vitorioso. Dunga garantiu o título da Copa América de 2007 vencendo a Argentina e triunfou na Copa das Confederações, este ano, ganhando facilmente dos italianos, atuais campeões mundiais. Com rara tranquilidade, garantiu lugar no Mundial de 2010 - diferente de 2002 e 2006, quando sofreu demais e conseguiu o lugar apenas na última rodada. Neste ano, ainda teve o privilégio de conseguir a vaga no jogo contra a Argentina, um 3 a 1 inconteste na casa do adversário. É quase como tripudiar dos eternos rivais, que sofrem para alcançar o feito brasileiro.
"Os resultados vieram porque todos os brasileiros - e eu me incluo nisso - queria jogadores comprometidos, que gostassem de jogar na seleção, apesar de todos os problemas. Queriam gente como atitude e postura de quem representa o País", sentenciou o treinador.
Nesta quarta, o ex-jogador transformado em técnico pelas mãos do presidente Ricardo Teixeira, chegará à sua 50.ª partida como comandante da seleção. Tem excelente aproveitamento: desde sua estreia (empate por 1 a 1 contra a Noruega, em 16 de agosto de 2006), acumulou 34 vitórias, 10 empates e cinco derrotas. A última delas veio no domingo contra a Bolívia, em La Paz, por 2 a 1.
Apesar do clima de festa, a comoção atrapalhou a vida de três torcedores. Uma gestante e duas crianças acabaram no hospital. Passaram mal (sem gravidade) durante a vigília empreendida na frente do hotel em que a equipe se hospedava. No Morenão, Dunga não quis saber de descontração que marcou o treino de segunda e proibiu a entrada de torcedores. Mesmo assim, pelo menos 300 pessoas invadiram o estádio depois de 20 minutos de treino. Atendendo à determinação do técnico, policiais retiraram calmamente os invasores. O treinador também fez linha dura com a imprensa e restringiu a atividade dos profissionais.
Nesta noite, como já deixou claro, manterá a sua 'espinha dorsal' formada por Gilberto Silva, Kaká e Luis Fabiano. Elano deve voltar à equipe e Lucas, único sul-mato-grossense da equipe, ganhará chance no time.
Em outro jogo da rodada, a Argentina vai até o Uruguai precisando da vitória para se garantir no Mundial. O problema é que a "Celeste" também tem que vencer. Quem se der mal ainda poderá ter a chance de conseguir uma vaga disputando com uma equipe das Eliminatórias da Concacaf.
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Brasil x Venezuela - 14/10/2009, às 19h
Local: Estádio Pedro Pedrossian (Morenão), em Campo Grande (MS) Árbitro: Víctor Carrillo (Fifa-Peru)
Brasil - Julio Cesar; Maicon, Luisão, Miranda e André Santos; Gilberto Silva, Lucas, Elano (Ramires) e Kaká; Nilmar e Luis Fabiano. Técnico: Dunga.
Venezuela - Vega; Chacón, Rey, Vizcarrondo e Boada; Di Giorgi, Lucena, Rincón e Arango; Rondón e Maldonado. Técnico: César Farias.
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