Peça-chave da equipe, o oposto Leandro Vissotto voltou a jogar bem ontem, após atuação apagada contra os tchecos| Foto: Andreas Solaro/AFP

Peça-chave, Vissotto volta a jogar bem

Após atuação apagada contra a República Tcheca, Leandro Vissotto voltou a mostrar ontem sua força no ataque. O oposto foi o segundo maior pontuador da partida –11 pontos –, ficando só atrás do ponteiro Murilo.

"Não dormi bem no dia do jogo contra a República Tcheca. Estava cansado e, para quem trabalha com o corpo, isso faz a diferença. Mas o importante é que eu me recuperei e fiz uma boa partida hoje [ontem], afirmou o oposto, que é tido pelo técnico Bernardinho como uma das peças-chave da equipe. "É importante o Leandro jogar bem porque o time todo cresce junto", disse ele.

Em sua preparação para a partida com a Alemanha, Vissotto teve uma conversa com o levantador Bruno para ajustar o tempo de bola.

O oposto, que atuou na Itália por quatro temporadas, não teme a pressão da torcida que lotará o ginásio Palalottomatica, no sábado.

"Já joguei aqui pelo Italiano e sei que, em matéria de gritar, o brasileiro sabe fazer melhor", brincou o atleta. "A batalha será dentro de quadra. No fundo, todas essas críticas contra a gente refletem o medo de encarar o Brasil, e a gente não vai dar nada de graça a eles."

E foi mais longe: "Se eles [italianos] puderem atrapalhar, eles vão atrapalhar", disse. "E também não podemos aquecer aqui dentro. Bola duvidosa o bandeirinha também dará para a Itália", completou o jogador.

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Roma - A seleção brasileira masculina de vôlei garantiu ontem a classificação para a semifinal do Mundial da Itália. A vaga foi conquistada com uma vitória tranquila sobre a Ale­manha, por 3 sets a 0 (25/17, 25/20 e 25/19), em Roma. Agora, o Brasil enfrentará justamente os anfitriões, em jogo marcado para sábado, novamente na capital italiana. O outro finalista sairá do confronto entre Cuba e Sérvia.

Como havia vencido a Re­­pú­blica Tcheca na se­­gunda-feira, o Brasil conseguiu a única vaga disponível no grupo R. A Itália, por sua vez, se classificou como primeira do grupo O, após ganhar da França por 3 sets a 1 (25/18, 25/20, 25/27 e 25/19).

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Contra os alemães, a seleção brasileira mostrou ter superado a polêmica que marcou sua participação na se­­gunda fase, quando não entrou com força máxima contra a Bulgária e acabou perdendo. Com aquela derrota, a equipe caiu num grupo teoricamente mais fácil, evitando o confronto com Cuba.

O Brasil entrou em quadra concentrado, bem diferente do que tinha acontecido na rodada anterior, quando o nervosismo dos jogadores era evidente. Para vencer a Alemanha, em apenas 1 hora e 13 minutos de jogo, o destaque foi novamente o ponteiro Murilo, que terminou com 13 pontos. O oposto Leandro Vis­sotto também esteve bem, com 11 pontos somados.

"Conseguimos colocar pressão na equipe deles, principalmente no saque. O bloqueio foi bem, defendemos bem e eles erraram muito, o que facilitou nosso trabalho", disse Murilo. "O conjunto prevaleceu. É a força desse grupo, que foi excepcional e jogou mais tranquilo, feliz", concordou o também ponteiro Dante. "Coman­damos a partida, que era difícil", completou o técnico Bernardinho.

Agora, Brasil e Itália prometem fazer um duelo cheio de rivalidade e equilíbrio. Antes mesmo da definição do adversário – que jogou mais tarde –, os brasileiros já diziam que gostariam de enfrentar os italianos na semifinal. "Tem muita polêmica por trás desse jogo. É importante termos a oportunidade de afirmar a soberania do vôlei brasileiro", declarou Vis­sotto. "Nada mais justo que essas seleções se encontrarem. Todos nós preferimos a Itália", avisou Dante.

Os brasileiros, assim como outros países, criticaram muito o regulamento proposto pelos italianos e acatado pela Fede­ração Inter­nacional. O público e a imprensa do país sede não pouparam o Brasil após a polêmica derrota para a Bulgária na fase anterior.

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Jogando em casa, a Itália acredita que pode acabar com a soberania brasileira no vôlei masculino. Mas o time de Bernardinho está forte na luta para conquistar o terceiro título mundial consecutivo, repetindo os feitos de 2002 e 2006, algo que só os italianos conseguiram na história – venceram em 1990, 1994 e 1998.

Nos outros jogos de ontem, com uma vitória apertada sobre a Bulgária, Cuba também conquistou a sua vaga na semifinal. Em Florença, os cubanos ganharam por 3 a 2 (22/25, 25/23, 26/28, 30/28 e 15/11), em 2 horas e 3 mi­­nutos, e terminaram na liderança do grupo Q. Na mesma cidade, os já eliminados russos e argentinos – que perderam para a Sérvia – apenas cumpriram tabela no grupo P. Os europeus venceram facilmente por 3 a 0 (25/22, 25/17 e 15/15).