Osaka, Japão A briga entre cubanas e brasileiras na semifinal da Olimpíada de Atlanta-1996 marcou época. Mas, para a nova geração do vôlei feminino brasileiro, a rivalidade acirrada, que provocava jogos tensos e disputados, não faz mais tanto sentido.
Desde os Jogos de Sydney-2000, quando passou por reformulação, Cuba decaiu no cenário internacional. Com isso, as novatas jogadoras brasileiras comandadas pelo técnico José Roberto Guimarães não sabiam o que era ter de controlar os nervos diante de um arqui-rival. Isso até ontem.
A vitória sobre a Rússia, por 3 sets a 1, e o que ocorreu em quadra mostrou que o Brasil encontrou sua "nova Cuba" no Mundial do Japão.
O auge da guerra de nervos entre as seleções aconteceu no quarto set de um confronto que já começou tenso, com reclamações de Zé Roberto e provocações sutis entre as atletas.
Até então, o time brasileiro, único invicto na competição, já havia marcado de virada 2 sets a 1 (27/29, 25/14 e 27/25).
Com folga no placar (15 a 11), a equipe desperdiçou algumas ações e deixou a Rússia encostar. Em um lance controverso, o árbitro assinalou um erro de Fabiana, as atletas reclamaram, e o time levou um amarelo. Foi acesa a fagulha que faltava. Na seqüência, a gigante Merkulova (2,02 m) bloqueou um ataque de Fabiana e vibrou olhando para a central, que se irritou. As duas trocaram farpas na rede, e o clima ferveu.
Desde o início da partida, Zé Roberto também estava irritado e chiou o tempo todo com as marcações da arbitragem.
Até a torcida precisou ser acalmada. Nas arquibancadas, são-paulinos e corintianos protagonizaram uma briga, que só foi contida após a intervenção de seguranças japoneses. Depois da partida, os torcedores tentaram invadir a quadra.
"O desrespeito entre atletas é algo que não deve ocorrer. Mas aconteceu. Deu uma esquentada no final do jogo", afirmou a meio-de-rede Walewska.
Nervosa, a seleção permitiu a virada russa, e a partida ficou ainda mais equilibrada. Mas logo as brasileiras retomaram o controle sobre o jogo e fecharam em 25/22 com Fabiana, autora de 16 pontos. O destaque da partida foi Sheilla, com 20.
Fim de jogo e o time mais calmo, Zé Roberto elogiou o desempenho das russas e mostrou o tamanho do efeito que uma vitória sobre as rivais pode ter sobre suas comandadas.
"Quando jogamos contra a Rússia, é sempre uma ótima oportunidade para aprender. Jogamos melhor quando as enfrentamos. Elas têm um ataque poderoso, jogam como homens, são altas", afirmou.
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