O objetivo de transformar as novas coreografias da seleção brasileira de ginástica em uma identidade sonora do país foi cumprido. A equipe nacional apresentou pela primeira vez ontem, no Teatro Guaíra, sua série de movimentos para as próximas competições internacionais, embalada por releituras de composições conhecidas de compositores nacionais.
A mudança agradou em cheio ao público, que aplaudiu de pé a exibição de Daiane dos Santos, ao som de "País tropical", de Jorge Benjor, e reagiu com entusiasmo às estréias de "Cidade Maravilhosa" (Daniele Hypólito), "Vassourinhas" (Ethiene Franco), "Águas de março" (Ana Paula Rodrigues), "Aquarela do Brasil" (Laís Souza) e "Carinhoso" (Camila Comin).
O maior impacto, porém, deve ser sentido quando a seleção começar a utilizar os novos ritmos no exterior. As trilhas-sonoras valorizam o Brasil que os estrangeiro gostam de ver e ouvir. O país do samba, do frevo, da Cidade Maravilhosa, da bossa nova e, porque não, da sensualidade. Sambadinhas e rebolados pouco comuns na quase militar ginástica do Leste Europeu são corriqueiros nas exibições que a Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) quer estrear até o Mundial da Austrália, em novembro.
A pretensão, no entanto, esbarra no carro-chefe da opção pela brasilidade. "País tropical" ainda não conquistou Daiane dos Santos. A campeã mundial de solo ainda sente falta de ritmos mais brasileiros no arranjo, marcado, basicamente, por guitarra, música eletrônica e gaita.
A partir de amanhã, a trilha-sonora volta para estúdio, onde vai ser remontada antes de a música começar a ser trabalhada no Centro de Treinamento da seleção. Com isso, a estréia pode ficar para o ano que vem. Neste caso, Daiane utilizaria "Brasileirinho" para tentar o bicampeonato mundial.
"Tenho de esperar o mapa da música para começar a montar a nova coreografia. Ainda precisamos incluir mais uma diagonal (acrobacia na qual a atleta salta de uma ponta a outra do solo)", explica a ginasta, que gostou da inédita experiência de se apresentar em um teatro.
"O nosso objetivo era fazer com que o público gostasse. Foi importante para as pessoas verem o que a ginástica está fazendo agora", disse ela, que admitiu ter subido ao palco com menos pressão do que nas competições. "O principal era mostrar a graciosidade da ginástica. Não havia uma preocupação com o erro." A platéia, encantada com a beleza da ginástica e a energia da música brasileira, certamente não notou nenhuma falha.
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