O Jogo
Desde o início da partida, Brasil entrou disposto a não deixar a República Dominicana marcar pontos com seu principal fundamento: as jogadas de dentro do garrafão, de onde time dominicano conquistou a maior parte dos pontos no confronto da primeira fase -- em que derrotou o Brasil por 79 a 74. Assim, apesar de exagerar nas faltas, conseguiu fechar o primeiro quarto com um ponto de vantagem (18 a 17).No quarto seguinte, com a entrada do ala/armador Marcelinho Machado, o Brasil melhorou a eficiência nos chutes de três pontos, mas ainda desperdiçava a conversão de lances livres, fundamento em que o adversário conseguiu manter a partida equilibrada, fechando a etapa com apenas três pontos a menos (39 a 36).Mesmo com Garcia marcando por Marcelo Huertas, que já vinha sendo anulado na partida, o Brasil seguiu na frente, apesar de desperdiçar alguns ataques e seguir com maior número de faltas, especialmente sobre o pivô dominicano Martinez, o time de Rubén Magnano conseguiu ampliar a vantagem para sete pontos (62 a 55), especialmente nos rebotes e contra-ataques em velocidade.Já no quarto final, a República Dominicana não perde os arremessos de três pontos e o ala Giavanonni e o pivô Hettsheimeir estouram o limite de faltas e são eliminados da partida. Em compensação, Marcelinho Huertas consegue livrar-se da marcação que o acompanhou o jogo todo e brilha na fase final. O Brasil fecha a partida em 83 a 76.
Com vitória sobre a República Dominicana neste sábado (10) em Mar Del Plata, na Argentina, o basquete masculino brasileiro garantiu vaga para a Olimpíada de Londres, em julho de 2012, quebrando um ciclo negativo de 16 anos fora da principal competição esportiva do mundo.
O Brasil bateu a República Dominicana por 83 a 76 e disputa a final do Pré-Olímpico neste domingo (11), às 21h15 horas, contra a Argentina, que venceu Porto Rico na outra semifinal e também garantiu sua vaga olímpica.
Assim, o técnico argentino Rubén Magnano cumpriu a promessa feita quando assumiu o cargo, em janeiro de 2010, de recolocar o Brasil entre as equipes mais competitivas do basquete mundial. A última vez que o país esteve em uma Olimpíada foi em Atlanta, em 1996.
Não para menos, a 15 segundos do final da partida, os jogadores brasileiros no banco já se abraçavam e choravam com a alegria da conquista, mesmo sob as vaias da torcida argentina, que aguardava, no ginásio Islas Malvinas para assistir à segunda semifinal.
O ala/armador Marcelinho Macedo foi um dos que mais comemoraram. Foi o destaque brasileiro na partida, com 20 pontos, e com uma conquista particular: aos 36 anos, havia participado das últimas quatro tentativas frustradas de o Brasil seguir disputando o basquete olímpico.
"Não tem nem o que falar... Saber que você trabalhou muitos anos para realizar um sonho, muitos anos abdicando de muitas coisas. Não é questão de tirar um peso, mas de conseguir um objetivo, fizemos as coisas direito, foram dois meses de preparação, todo mundo abdicando de coisas pela seleção", afirmou o jogador.
No início do Pré-Olímpico, a equipe figurava entre as favoritas a uma das duas vagas destinadas às Américas, mas mais pela tradição do país no esporte do que pelo passado recente.
Recuperação
Sob o comando de Magnano, o Brasil já subira oito posições no Campeonato Mundial de 2010, em relação à edição anterior. O país foi da 17ª à 9ª, quando perdeu as oitavas-de-final para a Argentina.
Mas, nos torneios preparatórios, teve de conviver com os pedidos de dispensa de jogadores brasileiros na NBA, como Nenê e Leandrinho, que alegaram "questões pessoais", e de Varejão, contundido.
Os mais experientes da equipe eram Marcelinho Macedo e Thiago Splitter, que compuseram o time brasileiro com novatos como Rafael Luz (19 anos), Augusto Lima (19) e Rafael Hettsheimer.
Com essa nova formação, o grupo cresceu durante a competição, conquistando méritos como a vitória sobre a Argentina por 73 a 71, quebrando outro jejum de 16 anos, o de vencer o principal rival. Ontem estragaram o sonho de a República Dominicana chegar, em 2012, à sua primeira Olimpíada.
O maior trunfo da seleção brasileira nesta Copa América, contudo, foi a mudança de postura da equipe, no "estilo Magnano", responsável por dar à Argentina, a medalha de ouro nos Jogos de Atenas-2004. O técnico adota um esquema que prima pela marcação na defesa e por fazer a bola rodar no ataque, algo bem diferente do jogo franco-atirador que caracterizava a seleção brasileira.
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