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Um cartão de visitas a Olimpíada de 2016 com cinco anos de antecedência. O rúgbi seven será jogado pela primeira vez nos Jogos Pan-Americanos entre hoje e amanhã, em Guadalajara, com vistas à estreia olímpica no Rio de Janeiro.

O time brasileiro é uma das oito seleções que disputam um total de 24 jogos em busca do ouro no México. Correndo por fora, é verdade. Para o grupo comandado pelos técnicos Martin Schusterman e Maurício Ferreira Coelho, é o momento de começar a "comer a carne de segunda, depois de ter roído tanto osso", como define o atleta Henrique Dantas. "Depois, virá uma geração que comerá o filé mignon", projeta.

Ele se refere às dificuldades para difundir o esporte criado na Europa no Brasil. Parte do grupo, na faixa dos 28 anos, começou o trabalho há nove anos para que uma próxima geração possa jogar a primeira Olimpíada. Ao elenco atual, caberá abrir as portas no Pan. "Podemos entrar para a história com um êxito ou com um papelão. São muitas possibilidades", diz Ige, outro representante da seleção nacional.

A competição terá 24 partidas em dois dias. "É mais ou menos o tempo que duram os torneios. Os jogos são de dois tempos de sete minutos. Pode parecer pouco, mas são partidas muito intensas, velozes. Um formato de competição que se ajusta bem ao ritmo de eventos poliesportivos", conta Ige.

O Brasil está no mesmo grupo de Estados Unidos e Canadá, dois dos favoritos ao ouro e Chile, um dos principais concorrentes diretos. Dois times passam para a fase eliminatória, amanhã. No outro grupo, Argentina (teoricamente, a seleção mais forte), México, Uruguai e Guiana.

"Os norte-americanos, agora que o rúgbi virou modalidade olímpica, se fortaleceu muito. Faz o que fez em outros esportes: busca atletas mais fortes de outros esportes para treinar o seven", conta Henrique.

O Brasil, para pensar em ouro, terá de correr por fora. A seleção treina visando ao Pan desde 2008, quando foi confirmado o esporte no Pan de Guadalajara. "Esta é a nossa maior dificuldade. Reunir o grupo. Pelo menos dois finais de semana do mês e feriados, nos reunimos para treinar", fala Henrique, que é personal trainer. "Sou engenheiro agrônomo. Trabalho seis horas diárias e mais a compensação das que sou dispensado para competir", contabiliza Ige.

Na seleção, apenas três ou quatro têm algum apoio de marcas esportivas para material de treino e jogo. O primeiro jogo do Brasil será hoje às 14h25, contra o Canadá.

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