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Estádio Mané Garrincha visto à noite: investimento de R$ 1,2 bilhão | Ueslei Marcelino/Reuters
Estádio Mané Garrincha visto à noite: investimento de R$ 1,2 bilhão| Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

R$ 9 milhões

As suspeitas em torno do gasto de R$ 9 milhões para a realização do jogo entre Brasil e Portugal, em 2008, envolvem o presidente do Barcelona, Sandro Rossel, o ex-presidente da CBF Ricardo Teixeira e o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda. Rossel é sócio da empresa de marketing esportivo Ailanto, que recebeu o dinheiro sem licitação. Ele e Arruda foram denunciados criminalmente neste ano pelo Ministério Público do Distrito Federal.

Teixeira teria recebido R$ 705 mil de sócios da Ailanto.

  • Capital do país se prepara para receber turistas
  • Operário vai às alturas para montar estrutura de shows perto do CongressoNacional
  • Governo Federal usa propaganda própria em adornos
  • Romerito Ferreira de Souza, comerciante de 27 anos, posa para foto em Brasília

Goleada, escândalos e polí­­tica marcam a história recente da seleção brasileira no Distrito Federal, primeira parada da Copa das Confederações. Há cinco anos, a equipe que se preparava para a Copa da África do Sul venceu Portugal de Cristiano Ronaldo por 6 a 2 na reinauguração do Estádio Bezerrão, no Gama. O gasto de R$ 9 milhões para a organização da partida permanece sob investigação e foi o escândalo derradeiro da gestão Ricardo Teixeira no comando da CBF.

O caso não alterou as ambições nem o "jeito brasiliense" de se preparar. A festa bancada pelo governo distrital para o jogo de amanhã contra o Japão vai custar R$ 5 milhões, dos quais R$ 667 mil vão para os cachês do cantor Gusttavo Lima e as bandas Revelação e Asa de Águia. Palco de estreia da competição, o Estádio Mané Garrincha também é o mais caro das 12 arenas preparadas para a Copa de 2014 – consumiu R$ 1,2 bilhão em recursos públicos.

"Faremos a maior e melhor abertura da Copa das Confederações de todos os tempos", prometeu o governador Agnelo Queiroz (PT), em entrevista coletiva na terça-feira. O evento na Esplanada dos Ministérios vai contar, além dos shows, com nove telões para a transmissão da partida. São esperadas 200 mil pessoas, além dos 72 mil torcedores que devem lotar a praça esportiva.

A celebração, segundo Queiroz, será a oportunidade de mostrar a capital brasileira para o mundo e incrementar o turismo local. "Estamos de olho nesse público japonês, que viaja muito, gasta muito."

De acordo com balanço da Fifa, no entanto, apenas 0,6% dos ingressos para o jogo – o único da Copa das Confederações marcado para Brasília – foram comprados por estrangeiros. Até anteontem, a informação era de que somente 40 japoneses tinham conseguido entradas. Entre os demais torcedores, 80,7% são do Distrito Federal e 18,7% de outros estados.

O comerciante goiano Romerito Ferreira de Souza, 27 anos, decidiu passar dez dias na capital com a namorada em função do jogo. "Vim sem ingresso, um amigo meu disse que vai conseguir", descreveu. Anteontem pela manhã, ele era um dos raros turistas com camisa do Brasil que passeavam nas proximidades do Congresso Nacional.

A projeção é de que a cidade receba 15 mil visitantes até amanhã, número similar ao de uma quarta-feira com sessões deliberativas no Congresso Nacional. Para 2014, quando Bra­­sília vai receber sete confrontos, a estimativa sobe para 600 mil, dos quais um terço de fora do país.

Às vésperas da partida, o ambiente em bares e restaurantes é de normalidade. Na quarta-feira, por exemplo, havia mais preocupação com serviços especiais para o Dia dos Namorados do que para a Copa das Confederações.

O diretor da Associação Bra­­sileira de Bares e Restau­rantes no Distrito Fe­deral, Ro­­drigo Freire, avaliou que o evento servirá de teste para o setor. Sobre a expectativa em torno do faturamento, o empresário é cauteloso. "Vai ter gente que vai ganhar muito, aqueles que vão ganhar alguma coisa, mas também alguns que vão perder."

Brasília

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