Enquanto Mano Menezes enfrenta dificuldades na tentativa de formar uma seleção à altura das tradições do futebol brasileiro, a bola da próxima Copa já tem nome: Brazuca.
Nomear a bola é coisa exclusivamente comercial e vem desde a Copa de 1978, na Argentina, com Tango, até chegar à Jabulani, na África do Sul. Foi mais uma forma que a Fifa encontrou para faturar alguns milhões em sua gorda conta de entrada na comercialização do nome da bola que correrá pelos gramados entre os inúmeros produtos licenciados para a Copa.
Conhecida no passado como pelota, couro, esférico, redonda, balão de couro, gorduchinha e outros apelidos, via de regra dados pelos locutores esportivos do rádio, certa feita foi batizada de Leonor, pelo genial crítico e humorista Stanislaw Ponte Preta, que escrevia nas páginas do jornal Última Hora: "No clássico Fla-Flu de domingo, no Maracanã, a Leonor morreu no fundo do filó do arco defendido por Castilho".
Concorrendo com Carnavalesca e Samba, o nome Brazuca foi escolhido pela maioria. É uma gíria usada pelos brasileiros que vivem no exterior para identificar aqueles que mantêm laços com o país mesmo sem a intenção de voltar.
Se temos o nome da bola, ainda não temos o time que se encontra no incômodo décimo segundo lugar no ranking técnico da Fifa. A verdade é que o futebol brasileiro passa por uma fase de transição na qual jogadores veteranos como Kaká, Robinho, Adriano e Ronaldinho Gaúcho poderiam dar a sua contribuição, mas foram descartados por deficiência técnica.
Sem nenhum jogador acima de 30 anos, a seleção pula etapas no arriscado caminho até 2014. Essa experiência contraria a tradição do nosso futebol que sempre tratou a seleção com atenção e nobreza. Na conquista do bicampeonato mundial prevaleceu a experiência, tanto que diversos craques se consagraram como veteranos: Djalma Santos, Bellini, Mauro, Nilton Santos, Didi, Zagallo e outros.
Na campanha do tricampeonato em 1970, a média de idade era de 24,5 anos e, para dar suporte à juventude, havia craques consagrados do quilate de Pelé, Gerson e Carlos Alberto. Na Copa de 2010, o Brasil apresentou a seleção mais velha entre os 32 participantes e pode chegar com a seleção mais nova para o próximo Mundial.
Neymar, um craque de apenas 20 anos; Oscar, de 21, e Lucas, outro de 20 anos, atraem os holofotes de uma equipe de garotos, fato raríssimo na história da seleção mais vencedora do planeta.
Representa grande desafio, sobretudo após o fracasso diante do México na final da Olimpíada de Londres, quando a equipe brasileira sofreu o primeiro gol aos trinta segundos de jogo e não conseguiu se recuperar até o apito final.
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