As dúvidas
Perguntas e respostas sobre a participação de Curitiba na Copa 2014.
É legal o uso da Copel para ajudar na conclusão da Arena?
O presidente da companhia, Ronald Ravedutti, diz que é ilegal. Segundo ele, a Copel só pode investir em propaganda informativa.
O Atlético, afinal, tem interesse na Copa?
Sim, embora seu presidente, Marcos Malucelli, já tenha dito que a "descartaria". O clube afirma, no entanto, que investirá apenas o 1/3 dos R$ 138 milhões programados para a conclusão da Arena.
É possível pensar em um "plano B" para assegurar Curitiba como uma das 12 subsedes da Copa 2014?
Embora ainda surjam outras propostas, a opinião de especialistas em consultoria esportiva e do ramo imobiliário é de que é mais vantajoso terminar a Arena a construir um novo estádio.
Quais são os ganhos para Curitiba ser uma das subsedes do Mundial?
Injeção de R$ 440 milhões vindos do PAC da Copa (também para a RMC), conforme dados da Prefeitura de Curitiba. Estudo da Ernest & Young em pareceria com a Fundação Getúlio Vargas estima um acréscimo de R$ 342,2 milhões no PIB curitibano, equivalente a 0,7% a mais que o de 2010.
Como está a situação do potencial construtivo?
Nem o Atlético, nem o BNDES aceitaram os papéis como garantia de um empréstimo. Uma outra alternativa seria o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) captar o empréstimo do BNDES com essa garantia.
Existem outras cidades interessadas na vaga de Curitiba?
Especula-se que Florianópolis-SC e Campo Grande-MS estariam se articulando.
Curitiba foi confirmada como subsede da Copa do Mundo do Brasil, em 2014, em 31 de maio de 2009. Naquele dia, um domingo de chuva e frio, houve festa tímida com telão no Parque Barigui para assistir à oficialização de Joseph Blatter, presidente da Fifa. Anúncio que veio acompanhado de um alerta de Ricardo Teixeira, presidente da CBF: "A responsabilidade é enorme. Acabamos de passar no vestibular. Agora teremos cinco anos de faculdade, com provas até o final".Passados 412 dias da confirmação da cidade no Mundial (pouco mais de um ano e um mês), o Comitê de Curitiba da Copa ainda não veio a público para apresentar as garantias financeiras para a conclusão do estádio que receberá os jogos, a Arena. Sem isso, o município sai da jogada.
Agora, após cogitar o uso da Copel, surgiu uma nova investida do poder público para pôr um ponto final na história. O processo seria assim: o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) que pertence aos três estados da região, mas é presidido hoje por Airton Pisseti, aliado do governo Pessuti iria disponibilizar os recursos para as obras de adequação.
Com isso, um fundo deve ser criado com o respaldo de uma lei a ser aprovada pela Assembleia Legislativa. Traria então o aporte de R$ 100 milhões que seria repassado ao Atlético. Como garantia de pagamento, ficariam os títulos de transferência do potencial construtivo do estádio Joaquim Américo, oferecidos pela Prefeitura de Curitiba.
O valor, no entanto, é considerado alto pelos gestores do município para a emissão dos títulos. Assim, cogita-se a transferência de apenas parte desses valores durante 10 anos. O restante ficaria mesmo a cargo do Estado.
Tanta manobra deixa o cenário ainda mais complicado na largada das candidaturas, a proposta paranaense era vista como uma das mais "tranquilas", pela boa fama de sua capital, pelo menor custo dentre os 12 estádios e pelo fato de ele estar praticamente pronto.
Nos mesmos moldes de crédito, o BNDES não aceitou como garantia os papéis de transferência do potencial construtivo (de valor variável) ofertados pela prefeitura.
"Está tudo sob controle. A preocupação de Curitiba fora da Copa não existe. Digo isso com muita tranquilidade. A preocupação que existe é a equação financeira da obra. Não posso declinar sobre ela, tem muitos detalhes, mas está muito avançada.", afirma o gestor do Comitê de Curitiba, Luiz de Carvalho.
"O que acontece é que as coisas vão evoluindo, as exigências, surgindo. A definição da parte financeira ficou para o último momento. Tínhamos de ter um projeto aprovado. Poderia ter sido uma discussão mais antecipada, mas conhecemos a cultura brasileira...", avalia ele.
Assim, no "último momento", a solução ainda passa por um encontro com o presidente Lula, hoje, em Brasília. Na capital federal, será lançado um pacote de benefícios às subsedes do Mundial: uma medida provisória que flexibiliza o limite de endividamento desses municípios e permite que se "fure a fila" na solicitação de financiamentos pelo BNDES. As principais autoridades do estado e município estarão no DF.
Dependendo da disposição de Lula e Ricardo Teixeira, que além da CBF preside o Comitê Organizador Local (COL) do Mundial, poderá se divulgar, finalmente, de onde virá o dinheiro necessário para o término da Arena. Estima-se que, para enquadrar o estádio ao caderno de encargos da Fifa, seja necessário gastar cerca de R$ 138 milhões.
O uso do BRDE seria a solução derradeira para garantir a realização da competição no estado e não perder os investimentos que virão estimados em R$ 440 milhões para obras viárias, de infraestrutura e revitalização urbana.
Outra opção ainda não descartada seria a aprovação de um projeto de lei da Assembleia Legislativa para tornar a Copel patrocinadora do estádio. O projeto do deputado estadual Luiz Carlos Romanelli (PMDB) será votado em 3/8.
Especialistas criticam a inércia curitibana
Sem ter achado soluções definitivas para a verba a ser investida na Arena, Curitiba torna-se exemplo do quadro alarmante sobre os preparativos da Copa 2014 no Brasil, diz o especialista em marketing esportivo e idealizador do site Máquina do Esporte, Erich Betting.
Ele afirma que tanto o poder público quanto a iniciativa privada ainda não entenderam que o benefício se estende além do Mundial. "Foi cada um para o lado, cada um pensando em não perder seus benefícios para a Copa", diz Betting. O empresariado teme em investir em um estádio porque ainda não vê as opções de negócios em torno do futebol. E faltou empenho para vender essa ideia de forma eficiente".
"A concessão do aumento de potencial construtivo transferível é, dentre o que se sugeriu até agora, a melhor solução. Não usa verba pública, mas mostra comprometimento do município", afirma o sócio da Brain Consultoria imobiliária, Fábio Tadeu Araújo. "A venda pode ser feita a mais de uma empresa, em períodos diferentes, para evitar o deságio", explica.
O Atlético, a princípio, não havia aceitado a proposta, o que, pela análise do consultor poderia ser ainda melhor aproveitada. "Permite ao clube pedir a linha de financiamento pelo BNDES para a Copa [subsídio de até 75% do valor a serem pagos em 15 anos, com juros de baixo custo] e pagar com a renda da venda do potencial construtivo", diz.
"O Atlético teria condições, mais uma vez, ser pioneiro, e não o último a achar a solução", diz o diretor geral da Trevisan Escola de Negócios, Fernando Trevisan. Em sua análise, faltou articulação entre o clube, governo estadual e prefeitura.
O presidente do Conselho Deliberativo do Atlético, Gláucio Geara, diz que o clube cumpriu suas proposições. "Não é nossa culpa. Não faltou diálogo. O que aconteceu [para que ainda não se garanta a verba para o estádio], tem de perguntar para o governo, para a prefeitura", afirma.
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