Nice - Pivô da denúncia que revelou a armação da Renault no GP de Cin­­gapura do ano passado, Nelson Pi­­quet voltou a atacar Flavio Bria­­tore, acusado de ser o mentor do acidente de Nelsinho Piquet para beneficiar Fernando Alonso. Em entrevista ao semanário alemão Auto Motor und Sport, o tricampeão mundial revelou não ter me­­do do processo movido pelo ex-diretor técnico da equipe francesa, criticou o estilo do italiano de gerir carreiras e assegurou que as portas da categoria estão fechadas para ele.

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"Max e Bernie vão dar um jeito para que Flavio não apareça mais na Fórmula 1, nem pela porta dos fun­­dos". Max Mosley é o presidente da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), antigo inimigo de Briatore, e Bernie Eccles­­tone, promotor do Mundial, mantém amizade e negócios com o italiano.

Na entrevista, Piquet conta que perguntou a Briatore a razão de estar destruindo um jovem piloto como o seu filho, exercendo pressão desumana por melhores resultados. "O Flavio me respondeu que os pilotos para ele representam apenas peças de um negócio."

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Ao dispensar Nelsinho depois do GP da Hungria, este ano, Briatore se expôs demais a Nelson, que sabia de todos os detalhes da experiência fraudulenta do GP de Cingapura de 2008. "Pessoas como o Flavio acham que têm tanto poder que são capazes de caminhar sobre a água. Tinha certeza de que, apesar de existirem provas, ninguém poderia destituí-lo da posição", explica Piquet. Ele acredita, inclusive, que a ação a que responde por chantagem se voltará contra o próprio Briatore: "Contra quem ele pretende reclamar? Contra a verdade?".

O ex-piloto brasileiro, campeão do mundo de 1981, 1983 e 1987, que já trabalhou com Briatore na Benetton, em 1990 e 1991, afirmou ainda: "Tenho dinheiro suficiente para pagar os melhores advogados".

A investigação da armação em Cingapura custou, na quarta-feira, o emprego de Briatore na Renault. Em entrevista ao jornal inglês The Mirror, contudo, o italiano manteve a pose e disse ter tomado a iniciativa de deixar a direção geral da escuderia. "Estou tentando salvar a equipe, é o meu dever e por isso a deixei", afirmou.

A hipótese foi prontamente rechaçada pelo gerente de operações da própria Renault, Patrick Pelata, à rádio francesa. "Acredita­­mos que, de fato aconteceu algo e que, essencialmente, foi equivocado", comentou. "Não gostamos do ocorrido, mas não concordamos que os erros de duas pessoas se sobreponham ao trabalho de uma companhia como a nossa e a equipe de Fórmula 1", prosseguiu, isolando ainda mais Briatore.

Segunda-feira, em Paris, o caso será julgado pela FIA.

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