Fazer uma bandeja, caprichar na assistência ou acertar uma cesta de três pontos está cada vez mais difícil para os jogadores de basquete no Brasil. O presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), Gerasime Bozikis, o Grego, e o maior ídolo da modalidade no país, Oscar Schmidt, polarizam um racha que resultará na disputa de dois campeonatos nacionais na temporada 2005/ 06 e coloca em lados diferentes os dois principais pólos do esporte no Paraná.
Insatisfeitos com a gestão de Grego, 26 clubes liderados pelo Mão Santa criaram um novo campeonato, que ainda não foi reconhecido pela Confederação, mas já tem data marcada para ocorrer (de outubro de 2005 a julho de 2006) e até um nome diferenciado: Nossa Liga de Basquete.
Do outro lado, a CBB promete literalmente enterrar o novo projeto. Para isso conta com o apoio da maioria das federações estaduais que há três meses reelegeram Grego e com o monopólio da administração das seleções brasileiras.
O medo de ficar fora do selecionado já fez o armador Marcelinho, principal jogador da última edição do Nacional, trocar o "rebelado" Telemar, do Rio de Janeiro, pelo "oficial" Uberlândia, de Minas Gerais.
A divisão de estende aos três clubes paranaenses. O São José dos Pinhais/Keltek e o Londrina Basquetebol Clube, que disputaram o último Brasileiro, vão participar da Nossa Liga. Já o recém-criado União Londrina Basquete apóia a CBB.
"Queremos participar do campeonato oficial. Independentemente do nome do Oscar, os outros devem ficar marginalizados. O Nacional da CBB já tem 16 edições e vale vaga na Liga Sul-Americana. Confio no trabalho do Grego", afirmou José Saviani, dirigente da nova equipe londrinense, apesar de a entidade ainda não ter divulgado quantos e quais times vão disputar a competição, com início marcado para dezembro.
Decepcionados com o formato dos campeonatos nos últimos anos, os outros dois representantes do estado não pensaram duas vezes. Abraçaram a idéia da Nossa Liga e, inclusive, são clubes fundadores da entidade do Mão Santa.
"Saímos da CBB por tudo que reivindicamos e nunca tivemos. Na Nossa Liga, os próprios clubes administram as receitas. Temos uma empresa de marketing esportivo envolvida (a Traffic). No último campeonato, nossa despesa chegou a R$ 130 mil em quatro meses, mas só recebemos R$ 10 mil da CBB", reclamou Renato Santana, supervisor do Keltek, para logo depois exemplificar a dificuldade. "Nós tínhamos uma placa da TAM (companhia aérea) no ginásio, mas só viajávamos de ônibus", lamentou.
A força da Nossa Liga pode ser mencionada pelo número de clubes já filiados à nova organização: dos 26 times, 11 estiveram na ultima edição do Nacional, que tinha 16 participantes. Até o quase falido Londrina Basquete renovou as esperanças.
"Só manteríamos o time até o fim do ano por obrigação de contrato com um patrocinador. Mas agora a Traffic está por trás e liberou uma planilha de vendas para todos os clubes. Já estamos correndo atrás com o auxílio deles", disse Jorge Júnior, diretor da equipe.
A expectativa dos clubes da Nossa Liga é ter de 10 a 12 patrocinadores de placa nas quadras e passar a utilizar transporte aéreo nos jogos fora de casa. Uma emissora de tevê fechada e outra aberta negociam os direitos de transmissão do torneio.
Julgamento do Marco Civil da Internet e PL da IA colocam inovação em tecnologia em risco
Militares acusados de suposto golpe se movem no STF para tentar escapar de Moraes e da PF
Uma inelegibilidade bastante desproporcional
Quando a nostalgia vence a lacração: a volta do “pele-vermelha” à liga do futebol americano