Jéfferson Piva exibe algumas das escoriações no seu corpo: auxiliar foi encurralado e agredido dentro de um dos gols| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Veja a reportagem do Bom Dia Paraná, da RPCTV, sobre a confusão

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Uma briga generalizada após o jogo entre Caxias e União Ahú, sábado, no Estádio João Santana da Silva, pela Série B da Suburbana, mandou para o hospital o assistente, Júlio Ce­­zar de Lima Santos, 40 anos. Tam­­bém ficaram feridos o árbitro An­­­derson Scátola, 28 anos, e o outro au­­xiliar Jéfferson Piva, 22 anos. Eles foram agredidos por mais de 30 jogadores das equipes adulta e júnior do Ahú e integrantes da diretoria do clube.

A confusão começou imediatamente após o término da partida, empatada por 3 a 3, resultado que eliminou o time visitante. Roberto Zepechouka, o Beto, presidente do União Ahú, entrou em campo para reclamar da atuação do trio de arbitragem, mais especificamente de Piva e Scátola.

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"Ele veio para nos atingir por trás. O Jéfferson viu, se atravessou na frente dele e levou um soco na testa de raspão. Os juniores, que já estavam no ônibus, viram, voltaram para o campo e começaram a nos ‘moer de cacete’", relata Scátola. "A arbitragem foi desastrosa e eu fui conversar, perguntar ao Anderson o que ele fez. Aí o auxiliar me deu uma bandeirada na barriga e um mur­­ro. Meus atletas viram e foram em cima", contrapôs Beto.

Neste momento, Antônio Men­­des, presidente do Caxias, interveio e conteve Beto com uma gravata. Os atletas, porém, segundo relatos de Piva e Scátola, partiram para cima do trio de arbitragem. Piva, que é personal trainer, chegou a ser en­­­curralado dentro de um dos gols, onde levou diversos chutes e socos, que o deixaram com a cabeça e as cos­­tas feridas. Foi tirado dali por jo­­gadores do Ca­­­xias. Lima Santos também interveio.

"Deram uma rasteira no Júlio e aí chutaram a cabeça dele. Foi o Beto", acusa Piva, em versão repetida por Scátola. "O cara apagou", re­­­força o juiz. "Nem cheguei perto do Jú­­­lio Cezar e tenho como provar. Também não vi ninguém chutar a cabeça dele", defendeu-se o dirigente.

Desacordado, o auxiliar, que trabalha como enfermeiro, foi carregado por jogadores do Caxias até o lado de fora do campo. Enquanto a ambulância do Siate não chegava (o atendimento demorou 50 minutos), diz o árbitro, Lima Santos chegou a ter um princípio de convulsão e a parar de respirar. "O Cesinha, goleiro do Caxias, segurou a cabeça dele para não bater no chão e eu fiz massagem cardíaca. Ele começou a tossir, aí vi que estava bem", relembra o apitador, securitário e filho do ex-árbitro Ivo Tadeu Scátola.

O auxiliar foi levado para o Hos­­pital Cajuru, ficou desacordado por pouco mais de uma hora e permaneceu internado durante toda a ma­­drugada até o início da tarde de domingo. Ele teve diagnosticado um traumatismo craniano moderado e apresentou um pequeno coágulo na cabeça. Ficará em repouso em casa pelos próximos dias.

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Lima Santos nem deveria ter bandeirado a partida no Boqueirão. Ele estava escalado para Bairro Alto x Tanguá, mas acabou remanejado porque Beto reclamou do sorteio de Renata Paula Guimarães para o jogo do Ahú. "Fiz o pedido por questão de segurança. Meus jogadores tiveram problemas com a Renata em outro jogo", justificou o dirigente.

Scátola e Piva registraram queixa por tentativa de homicídio na De­­le­­gacia do Portão e hoje pela ma­­nhã vão ao Instituto Médico Legal fa­­­zer e­­­xame de corpo delito. O trio de arbitragem pretende acionar criminalmente o dirigente e os jogadores do Ahú que eles conseguiram identificar pela numeração de camisa. Co­­mo não havia policiamento no estádio, ninguém foi detido no sábado.

À tarde, um grupo de árbitros irá à sede da Federação Paranaense de Futebol exigir punição ao União Ahú e seu presidente. "Mais ou me­­­nos 40 árbitros foram ao hospital no sábado à noite e decidimos que só voltaremos a apitar na Su­­burbana se o União Ahú for punido e seu presidente, banido", avisou Scátola.

Beto disse que ontem pela manhã houve uma reunião da diretoria do Ahú em que o clube decidiu se não disputar a Suburbana em 2010.

Afonso Victor de Oliveira, presidente da Associação de Árbitros e da Comissão de Arbitragem, disse repudiar a agressão. Hoje, a associação reúne-se para tomar definir um posicionamento perante a FPF.

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"Um fato lamentável e covarde. Orientamos o árbitro não deixar ninguém de fora na súmula e estamos dando assistência jurídica ao trio", disse Oliveira.

A reportagem não conseguiu contato telefônico com Antônio Mendes, presidente do Caxias.