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 | Ricardo Moraes/ Reuters
| Foto: Ricardo Moraes/ Reuters

MMA

Sucesso de público

O MMA (artes marciais mistas, na sigla em inglês) explodiu de vez no Brasil. Teve a "luta do século": vitória de Anderson Silva (foto) sobre Vitor Belfort, em fevereiro, em Las Vegas. A volta do UFC – principal evento da modalidade – ao país após 13 anos, tendo novamente o "Spider" como estrela, na vitória sobre o japonês Yushin Okami, em agosto, no Rio. E a primeira transmissão em tevê aberta, pela Rede Globo: vitória de Júnior Cigano sobre o norte-americano Cain Velázquez, em novembro, em Anaheim (EUA).

R$ 2,5 milhões

Extraoficialmente, foi esse o lucro de Anderson Silva no combate de fevereiro com Vitor Belfort – a organização do UFC não confirmou os números. Além da bolsa pela luta, o lucro do "Spider" incluiu patrocínios e uma porcentagem sobre a venda de pacotes avulsos de pay per view.

Despedidas, títulos, rebaixamentos, histórias edificantes, sorte, azar, competência... O filme de 2011 tem todos os elementos do roteiro-padrão para uma retrospectiva. Não faltam heróis nem vilões. Está tudo bem construído ao longo dos 12 meses com muito futebol (muito mesmo) e um calendário pré-olímpico intenso.

Mas há um capítulo novo nessas repetitivas 365 páginas: a chamada mixed martial arts (MMA). É chocante, eletrizante e, para muitos, um esporte.

O sangue que jorra sem parar, a troca de socos com regras mínimas, a testa aberta, a imobilização até o adversário não resistir de dor, o mata-leão induzido ao desmaio do rival passaram a ser vistos como gols de placa.

A modalidade não nasceu nesta temporada, mas passou a ter um novo status. O Ultimate Fight Championship (UFC) ganhou a chancela de Copa do Mundo da luta. Os expoentes no octógono são garotos-propaganda de tudo, inclusive produtos infantis.

Em um desses combates na madrugada, o lutador "X" deu uma joelhada no rosto de um rival rendido no chão. O golpe, segundo o narrador, era proibido – pode não parecer, mas existem algumas normas. A vítima quebrou o nariz. Entrou um médico e fez o diagnóstico: "Não pode mais competir".

Rolou uma revolta do público. O atleta também ficou indignado com o doutor. Queria seguir na disputa. A cena – com as vaias da plateia ao fundo e a discussão do "atleta" ensanguentado com o médico – foi chocante.

Mas há quem goste e defenda. Os aficionados são, em regra, pacatos – é bom frisar. Aliás, em 2011 só cresceu o número de fãs do MMA. Comprar ingresso para os eventos programados para 2012 no Brasil é – para muitos – um inovador e até emocionante presente de Natal.

Fora os "gladiadores do terceiro milênio", o ano ficará na memória pelo recorde de vitórias consecutivas do Coritiba, o rebaixamento do Atlético, o processo pré-falimentar do Paraná.

Daqui um tempo, para quem só recorda de fatos pontuais, ficará apenas a lembrança do título nacional do Corinthians; os cômicos pênaltis perdidos pela seleção na Copa América ou o baile do Barcelona no Santos.

O doping de Cesar Cielo é uma imagem forte também. O Pan-Americano fica como uma simpática lembrança. O passeio de Vettel na F1 idem. Por fim, a morte de Sócrates. A ausência do capitão da seleção brasileira de 82 (o time!) é o pesar que fica.

Com o tempo, a memória seletiva monta a retrospectiva pessoal de cada um. Talvez, quem sabe, o MMA seja irrelevante. Tomara.

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