Na entrada, o nome do lugar, "Bo­­lerama Tapatío", é grafado em um luminoso de neon. Em seguida, chega-se à área de cafés e lanchonete. Indícios de que o local de pro­­vas do boliche nos Jogos Pan-Ame­­ricanos de Guadalajara é, antes de tudo, um lugar de diversão.

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Mas não foi divertido durante os quatro dias disputa das quatro medalhas de ouro, em que 64 competidores concorreram ao pódio. Uma delas, para o Brasil, com o bronze de Marcelo Suartz.

A seriedade dos atletas estendia-se ao público, atento às 40 pistas em que a bolas eram seguidamente lançadas contra os pinos. "É muito rápido. E eles ficam fazendo as contas dos pontos juntos conosco", diz o engenheiro e integrante da equipe brasileira Márcio Vieira, um dos melhores no esporte do país. Durante as partidas, é impossível tentar conversar com quem comprou ingressos para assistir. A cada tentativa, a resposta é um silencioso apontar de dedo ou para a tela que marca o andamento das jogadas ou para a pista. Clima totalmente profissional, apesar de boa parte dos competidores ser amadora.

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"A Stephanie [Martins, paulista de 20 anos, da equipe feminina] e o Marcelo [campeão sul-americano] não vivem do esporte, mas conseguiram que o boliche lhes oferecesse formação profissional", conta Márcio. Os dois têm bolsas estudantis para competir por universidades de um dos poucos lugares em que o boliche se joga profissionalmente: os Estados Unidos.

"O Marcelo pediu para não dar entrevista agora. Está concentrado!", conta a paranaense Marizete Scheer, 37 anos, que completa o quarteto do Brasil enquanto o paulista disputava as oitavas. Valeu o esforço: ficou com o bronze.

Nas duplas, os norte-americanos venceram tanto no masculino quanto no feminino. Márcio e Marcelo ficaram em 4.º e Marizete e Stephanie, em 10.º. No individual, as brasileiras foram até as quartas de final, Márcio caiu nas eliminatórias.