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Ana Paula Oliveira já é uma realidade do esporte nacional, mas sabe que “pode mais” | Walter Ferandes/Gazeta do Povo
Ana Paula Oliveira já é uma realidade do esporte nacional, mas sabe que “pode mais”| Foto: Walter Ferandes/Gazeta do Povo

Família cria estratégia para revelação não perder aula

A corrida de Ana Paula Oliveira pela vaga olímpica passa também por ajustes na escola. Passar de ano é condição dos pais para que siga competindo. E continuar no atletismo só seguirá sendo possível com a compreensão da diretoria da escola em que estuda, em Maringá.

Na semana passada a garota ainda se dividia entre os treinos e as provas escolares, muitas feitas depois dos colegas de classe do primeiro ano do Ensino Médio. "Faltei muito para ir aos campeonatos. Ano que vem, vou ter muito mais competições internacionais e estamos procurando uma solução", avisa.

Ana Paula estuda na Escola Estadual Dr. Gastão Vidigal, a qual defende nas Olimpíadas Escolares. Para 2013, não descarta contar com a mãozinha de uma professora além-classe para ajudá-la a colocar a matéria perdida em dia. "Meus pais me apoiam muito no esporte, mas sempre exigem um resultado na escola", conta a atleta, que é patrocinada pela Caixa Econômica Federal e recebe ainda a bolsa atleta estadual Top 2016. (AB)

A saltadora maringaense Ana Paula Oliveira, mesmo aos 16 anos, já se considera "um sonho real" para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio. Tudo isso levando os sete anos dedicados ao atletismo na mais pura diversão, como diz. Brincadeira premiada, que lhe rendeu recordes quebrados e um título mundial.

Se confirmar a vaga olímpica, Ana Paula terá quebrado um jejum nacional de 40 anos. A última vez que o Brasil teve representante no salto em altura foi nos Jogos de Montreal, em 1976, quando Maria Bertioli saltou 1,75 m, marca que a garota superou neste ano, no Campeonato Sul-Americano – pulou 1,76 m, ficando com o título.

Em 2012, também conquistou o Campeonato Mundial Escolar, na Itália. "Lá eu saltei mal [1,68 m], acho que por causa do frio", diz a heptacampeã brasileira e tetracampeã brasileira das Olimpíadas Escolares.

O começo no esporte foi a convite do professor de natação Mauro Isaías de Paula, em 2005. O mesmo técnico que lhe ensinou as primeiras braçadas também a incentivou a trocar a água pela pista. Não que visse na pequena um potencial olímpico. O objetivo era, principalmente, manter seus alunos fazendo atividade física no inverno, já que a piscina não era aquecida. "Eu corria, saltava, arremessava, fazia tudo porque era divertido. Eu era a mais magrinha e a mais alta da turma, meio esquisitinha. Depois que venci uma competição no salto em altura, resolvi investir no treinamento de uma modalidade só", conta Ana Paula.

Ela é treinada até hoje por Mauro, que vai aproveitar o fim de ano para apresentar, na prática, um período de preparação que Ana Paula até agora só conhece na teoria: o treinamento de base, que inclui atividades de musculação. "Nunca fiz esse treinamento regrado, tudo foi acontecendo naturalmente. Agora, devo ter uma queda de rendimento no período de adaptação, e, depois, ganhar mais potência e velocidade", diz a garota de 1,82 m de altura.

Assim, ela pretende melhorar exponencialmente suas marcas – algo necessário se quiser chegar competitiva à Olimpíada. Mesmo com o recorde da América do Sul, Ana Paula está a 12 centímetros das melhores marcas mundiais das garotas da sua faixa etária. Seu recorde pessoal é 1,78 m. Em 2008, a alemã Kimberly Jess saltou 1,90 m, quando tinha 16 anos, mesma idade da brasileira. Para o pódio olímpico, são pelo menos mais 25 cm. Em Londres, a russa Svetlana Shkolina precisou superar os 2,03 m para ficar com o bronze.

Mas tudo ao seu tempo. Ana Paula pensa, primeiramente, em começar bem 2013. Em janeiro, o primeiro compromisso: ela é uma dos sete paranaenses convocados para disputar o Festival Olímpico da Juventude da Austrália (para atletas até 17 anos), entre os dias 16 e 20. "O convite veio pelo bom desempenho nas Olimpíadas Escolares. Não estava esperando uma competição tão no começo do ano. Então, não vou me cobrar por um bom resultado", diz. O foco está em julho: o Mundial, que será na Ucrânia. "Meu técnico sempre diz que depende de mim. Até agora, tenho achado fácil [saltar], mas sei que posso mais", fecha.

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Sete novos talentos do esporte paranaense foram convocados para a disputa do Festival Olímpico da Juventude da Austrália, de 16 a 20 de janeiro. Além de Ana Paula Oliveira, a delegação brasileira terá Karine de Marchi de Almeida (lançamento de disco); Anderson Cordeiro Lima Cerqueira (400 m atletismo); Marcello Augusto Marques (800 m); Samuel Barbosa Parra (200 m); Weverton Fidélis (3.000 m); e Giovanna Dorigon (100 m borboleta, natação). A competição reúne atletas entre 15 e 17 anos de 30 países em 17 modalidades.

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