Florianópolis O atleta que conseguiu a façanha de representar o surfe paranaense por 14 anos ininterruptos no World Campionship Tour (WCT), o seleto e concorrido grupo de melhores surfistas do mundo, chegou à capital catarinense para competir no Mormaii Costão Pro, o primeiro grande evento do circuito 2007 do World Qualifying Series (WQS), com objetivos bem diferentes dos outros 191 competidores que participaram do evento, que terminou ontem.
Aos 32 anos, após quase conseguir se manter por mais uma temporada no WCT (apenas os 27 primeiros continuam no ano seguinte, mas ele ficou em 29, em 2006), Peterson Rosa, o único surfista do país que ostenta o direito de poder bater no peito e se dizer tricampeão brasileiro profissional, não quer voltar à principal competição do esporte, pois se diz cansado das viagens peregrinando o mundo com uma prancha (ele foi o atleta que mais competiu em etapas homologadas pela Association of Surfing Professionals, ASP).
Após a sua eliminação na terceira fase da competição realizada na Praia do Santinho, ele concedeu uma entrevista reveladora, que mostra um Peterson Rosa mais maduro, ao mesmo tempo em que inicia uma nova etapa em sua carreira. O "Bronco" (seu apelido nos bastidores do surfe) também se demonstra consciente do seu papel na história do surfe no Paraná, estado que o adotou quando ele chegou em Matinhos (vindo do litoral paulista) com apenas oito meses de vida e que foi por ele bem representado em toda a sua vida no esporte.
Você, que esteve no WCT por 14 anos e foi tricampeão brasileiro, se considera plenamente realizado?
Sim. Apesar de não conseguir ser campeão do WCT, que era o meu maior objetivo, acredito que já faço parte da história do surfe.
Por pouco você teve de deixar o WCT este ano. Pretende correr o WQS 2007 para voltar à elite?
Não, acho que já fiz a minha parte, representei o meu estado. Agora está hora de correr o SuperSurf e ficar mais em casa. Já viajei demais.
Então o que lhe atrai em uma etapa do WQS?
O dinheiro mesmo (o evento distribuiu 125 mil dólares em prêmios, dos quais o campeão levaria 15 mil).
Até quando você pretende competir profissionalmente?
No Brasil, até os 40 anos.
Você vê atualmente algum surfista paranaense com condições de conseguir o mesmo ou até mais do que você conseguiu?
Acredito muito no Jihad (Khodr, de Matinhos, atual campeão brasileiro profissional). Só acho que ele está demorando para entrar no WCT. Mas também há outros com talento.
Na sua avaliação, o que poderia ser feito para desenvolver ainda mais o surfe no Paraná?
A primeira coisa é cuidar melhor das nossas praias. É uma vergonha ter um litoral pequeno e mal cuidado, sem soluções definitivas. Além disso, é preciso também ter mais eventos de surfe, para estimular o esporte, e mais incentivo. Eu já tirei dinheiro do meu bolso para ajudar alguns atletas.
O jornalista viajou a convite da organização do evento.
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