“Caça” a Slater marca o WCT-07

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A elite do surfe mundial entrará em ação de hoje até o dia 11 de março, no pico de Snapper Rocks, na praia australiana de Gold Coast, para a primeira das dez etapas da temporada de 2007 do World Championship Tour (WCT), circuito que reúne os 45 melhores surfistas do planeta. Apesar das muitas caras novas, a principal atração da disputa deste ano continua sendo aquele que é tido por muitos como o melhor surfista de todos os tempos: Kelly Slater.

Com oito títulos mundiais, o norte-americano já superou quase todos os recordes do surfe, à exceção de um, que ele empatou com seu compatriota Tom Curren (que não compete mais no WCT): o número de etapas vitoriosas do circuito, 33.

Ano passado a quebra dessa marca bateu na trave por três vezes, quando Slater foi vice em três ocasiões após conquistar a 33.ª etapa da sua carreira, em Bells Beach, na Austrália. Mas em 2007, com a iminência da quebra do único recorde que falta em sua consagrada trajetória de surfista, já surgiu o temor de que, alcançada a marca perseguida, Slater possa voltar a dar um tempo para as competições (como fez em 99, quando era "apenas" hexacampeão mundial), ou se aposentar definitivamente das competições.

Para evitar a despedida daquele que é considerado uma lenda viva do esporte e dar um novo ânimo ao octacampeão, surgiram boatos de que a Quiksilver, sua patrocinadora, teria oferecido a Slater US$ 10 milhões para ele chegar a dez títulos mundiais. Para Roberto Perdigão, diretor regional da América do Sul da Associação dos Surfistas Profissionais (ASP), entidade máxima do esporte, é bem provável que o boato seja verdadeiro. "Todos querem vê-lo em ação. Mas nem o Kelly nem o patrocinador vão confirmar essa história, pois se ele não conseguir será um tiro n’água", disse Perdigão. "Mas acho que é de uma motivação como essa que ele precisa", ressalta.

Uma das perguntas mais corriqueiras nos bastidores do surfe é: há surfistas capazes de frustrar novos triunfos de Slater? "Fora o havaiano Andy Irons, seu maior rival, acredito muito nos australianos Mick Fanning e Joel Parkinson", destaca Perdigão, opinião compartilhada pelo assessor da ASP, João Carvalho. "Se o título não parar na mão do Kelly, deverá ficar com Andy, Parkinson ou Fanning. O resto será zebra", diz Carvalho.