Jogo de faixas e despedida do Couto valorizam amistoso
Serão 139 dias longe de casa. Pelos próximos quatro meses e meio, ver o Coritiba, só pela tevê ou viajando a Joinville. Por isso, o amistoso de hoje, às 16 horas, no Couto Pereira, contra o Botafogo-RJ, é a grande chance de uma despedida positiva para a torcida alviverde antes do início da Série B.
Na verdade, a oportunidade é exclusividade dos sócios do Alviverde e de seus convidados. A promoção visa a atrair mais associados para o clube. Cada um dos cerca de oito mil sócios poderá levar um convidado pagando metade do preço da arquibancada no Paranaense. Ou seja, hoje, um lugar no Alto da Glória sairia por R$ 25.
Marcos Paulo, Lucas Mendes, Dênis. Nomes que o torcedor do Coritiba já está se acostumando a ver entre os destaques da equipe profissional. Experiência que os atleticanos viveram com Manoel e Alex Sandro (hoje no Santos), por exemplo, revelados na base do clube. Todos eles, mesmo rivais, têm algo em comum: a formação.
Foi com o técnico Marquinhos Santos que passaram a ser realidade. Depois de cinco anos no Rubro-Negro, ele optou por uma polêmica troca há oito meses, preferindo a filosofia de formar atletas para jogarem no time de cima e não para serem negociados. Trabalho que já começou a dar resultado no Alviverde.
Marquinhos é um sujeito atencioso, simpático. Com 30 anos, aparenta mais, não pela fisionomia, mas pela segurança com a qual exerce a profissão.
O ex-jogador de Santos, Paraná e Malutrom parou cedo, mas não abandonou o futebol. Ser técnico já estava nos planos. "Quando atleta eu encostava nos treinadores e ficava aprendendo a parte tática", conta. Parece que vem dando certo.
No ano passado, além do vice-campeonato da Copa São Paulo pelo Furacão, venceu as duas competições mais importantes do estado na categoria de juniores, uma por cada time. Pelo Atlético, derrotou o Coritiba na Copa Tribuna; pelo Coxa, bateu o Furacão no Paranaense.
No meio de tudo isso, protagonizou a conturbada troca de clube. A razão? "O projeto que o (coordenador de futebol, Felipe) Ximenes apresentou para mim, de transformar a categoria de base em uma das melhores do Brasil". Deixou para trás "uma das melhores estruturas do Mundo", o CT do Caju, definido assim por ele, para um trabalho com menos estrutura e dinheiro "O Atlético até cobriu a oferta do Coxa" , mas com um outro foco.
"O objetivo do Coritiba é formar o jogador como atleta do clube. Eles sentem prazer em jogar pelo Coxa no profissional", diz, entendendo que no Atlético o objetivo é outro: negociação.
"É mais ou menos isso. E os jogadores sentem. No meio do processo eles perdem foco. Todos sonham em jogar na Europa, etc, mas o primeiro sentimento que ele tem de ter é o de vestir a camisa do clube". Em função de um problema familiar, o presidente atleticano, Marcos Malucelli, não pôde comentar a afirmação do ex-treinador.
Enquanto cada clube vive com seus objetivos, Marquinhos tem os dele: "Até os 34 anos, quero comandar um time profissional". Essa, aliás, foi outra razão pela qual deixou o Rubro-Negro. "O que eu tive no Coritiba em oito meses, eu busquei em cinco anos no Atlético. Até mesmo assumir o profissional em um jogo (contra o Cascavel, no Paranaense)". Até lá, entretanto, a promessa é de que o Alviverde colha mais talentos.
"Podem ter certeza, ainda sairão grandes revelações para o futebol mundial. A médio prazo, em até quatro anos, o clube será muito mais valorizado como formador." Marquinhos não quis apontar nomes. É parte da disciplina que ele ensina aos pupilos até mesmo fora de campo.
Oriundo de Santos, o treinador está encantado com o futebol do time paulista, com destaque aos jovens Neymar e Paulo Henrique Ganso. E tira o chapéu para o ex-coxa-branca Dorival Júnior, técnico do Peixe, de quem procura seguir a linha de trabalho: o misto da tática europeia com o talento brasileiro.
Se o Coritiba irá revelar alguém no porte dos astros santistas, Marquinhos não diz. Mas confia no preparo dos jovens já para o desafio da Série B. "O atleta que veste a camisa do Coritiba tem de estar preparado. Independentemente da idade", fala, sabendo que boa parte do futuro do futebol do estado passa ou passou pelas suas mãos.
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