Novato e experiente. Uma contradição que Wilson Zocolotte Júnior, de 41 anos, terá de enfrentar no Pan-Americano do Rio de Janeiro. Adepto do tiro desde 1984, o paranaense só se assumiu como profissional do esporte duas décadas depois. Apesar da prática no manuseio da escopeta, em "relacionamento" inspirado pelo gosto do pai e do avô pela caça que, por ser proibida, levou a família descendente de italianos a destruir pratos voadores, ele será um dos calouros na competição no solo carioca.
"Nunca fui atleta. Eu era praticante de tiro", explica o representante do país na modalidade skeet não por acaso a que ele considera mais semelhante a uma caçada. Tratando a paixão meramente turística. A conversa com os amigos seguia um padrão: "Onde vai ser? Na Turquia? Legal, esse lugar eu não conheço. Pode contar comigo." Iam, atiravam um pouquinho e tratavam logo de conhecer in loco mais um ponto do mapa-múndi. "O que menos importava era a competição", confessa.
A mudança de rumos começou em 2004, quando conheceu o italiano Carlos Danna. Integrante da seleção italiana de tiro por 26 anos, inclusive sendo técnico em Atlanta-1996, o europeu casou-se com uma brasileira, veio morar deste lado do Atlântico e passou a se dedicar à evolução do esporte na nova pátria. "Passei a ver o tiro como algo profissional, vi que tinha chance de chegar a algum lugar. Até então, era coadjuvante; vencia alguns campeonatos, mas não me considerava forte para o cenário internacional. Passei a ser visto com outros olhos", lembra. No ano seguinte, os frutos do trabalho já brotavam com o quinto lugar na Copa América, em Porto Rico.
Administrador imobiliário que tira dinheiro do bolso para ser atleta, Wilson treina 3h30 durante três dias da semana pensando no Rio-2007. O objetivo não é o Pan, mas subir no pódio para ganhar vaga na Olimpíada de Pequim, ano que vem. "É o sonho de qualquer atleta. E o Pan é a chance mais real de conseguir realizá-lo. Basta ficar entre os três melhores", afirma, querendo seguir na elite até os Jogos Olímpicos de 2012.
"O tiro é diferente do futebol, você não acaba aos 40. Dá para se manter competitivo até os 50, 52 anos", opina, para depois não economizar na ousadia. "Pretendo ainda fazer história", fala, pensando em seguir os passos do paranaense mais famoso do esporte: Rodrigo Bastos.
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