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Reunião entre o Ministério Público e as organizadas: união contra a violência | Daniel Castellano/ Gazeta do Povo
Reunião entre o Ministério Público e as organizadas: união contra a violência| Foto: Daniel Castellano/ Gazeta do Povo

Coritiba mantém proibição

Mesmo com o cadastramento dos membros das organizadas, o Coritiba não alterará a postura de restrição aos torcedores com materiais delas de entrar no Couto Pereira. As medidas foram tomadas pela diretoria alviverde após a invasão de campo e pancadaria ocorrida em dezembro de 2009, que custou ao clube a maior punição de perda de mando de campo da história futebol brasileiro.

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O Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Ministério do Esporte (ME) e as torcidas organizadas dos clubes da capital firmaram ontem um termo de ajuste conduta com o objetivo de implantar um cadastro de torcedores ligados às facções. O objetivo do Programa Torcida Legal é transformá-las em entidades civis, impedindo que não ca­­dastrados entrem nos estádios com uniformes delas. No entanto, a nova medida não conseguirá impedir o vandalismo nas ruas.

"O registro não visa a impedir os problemas, mas ajudará a identificar os envolvidos. Separará o joio do trigo", disse o promotor Ma­­ximiliano Ribeiro Deliberador.

As medidas, na prática, ajudarão a identificar envolvidos em confusões fora dos estádios apenas se eles estiverem inscritos no sistema. No caso de torcedores sem re­­gistro com uniforme de organizadas, serão vetados de entrar nos estádios, mas nada impede a ação deles em outros locais.

A brecha foi percebida por Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, presidente da Império Alviverde, uma das quatro organizadas inclusas no programa. "Isso só servirá para tirar as pessoas do anonimato. Todos sabem que a maioria dos problemas ocorre longe dos estádios. O torcedor violento vai brigar, independentemente de que roupa está vestindo. A solução para isso é policiamento ostensivo", afirmou.

Pelo novo sistema, que será aos poucos expandido para o resto do país, os membros das organizadas deverão, a partir deste mês, efetuar cadastro no site do programa Tor­­ci­­da Legal, do Ministério do Esporte (ainda a ser lançado). Receberá um horário e local para apresentar os do­­cumentos declarados e ter os dados biométricos (impressões digitais) registrados. Depois ganhará uma carteirinha, válida no país inteiro, que permitirá o acesso aos estádios com os materiais das organizadas – a fase presencial do cadastro está prevista para começar em junho.

Os bancos de dados do programa e das organizadas serão confrontados para verificar se o cadastrado pertence à facção. "Será obrigação da torcida comunicar a saída de membros", ex­­plicou o coordenador do Mi­­nistério do Esporte, Alexandre de Limeira. As medidas também obrigarão as torcidas a se tornar entidades ci­­vis. Para isso, terão de seguir regras estipuladas pelo MP e pelo Ministério do Esporte, como possuir registro de pessoa jurídica (CNPJ).

No momento, apenas quatro facções de Curitiba se enquadram nas regras: Império Alviverde (Coritiba), Fúria Independente (Para­­ná), Os Fanáticos e Ultras (Atlético). "Elas estão proibidas de ter os ‘comandos’. Caso tenham, não podem mais ser identificadas como organizadas. Todas terão de ter um comando único", afirmou Deliberador.

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