Coritiba mantém proibição
Mesmo com o cadastramento dos membros das organizadas, o Coritiba não alterará a postura de restrição aos torcedores com materiais delas de entrar no Couto Pereira. As medidas foram tomadas pela diretoria alviverde após a invasão de campo e pancadaria ocorrida em dezembro de 2009, que custou ao clube a maior punição de perda de mando de campo da história futebol brasileiro.
O Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Ministério do Esporte (ME) e as torcidas organizadas dos clubes da capital firmaram ontem um termo de ajuste conduta com o objetivo de implantar um cadastro de torcedores ligados às facções. O objetivo do Programa Torcida Legal é transformá-las em entidades civis, impedindo que não cadastrados entrem nos estádios com uniformes delas. No entanto, a nova medida não conseguirá impedir o vandalismo nas ruas.
"O registro não visa a impedir os problemas, mas ajudará a identificar os envolvidos. Separará o joio do trigo", disse o promotor Maximiliano Ribeiro Deliberador.
As medidas, na prática, ajudarão a identificar envolvidos em confusões fora dos estádios apenas se eles estiverem inscritos no sistema. No caso de torcedores sem registro com uniforme de organizadas, serão vetados de entrar nos estádios, mas nada impede a ação deles em outros locais.
A brecha foi percebida por Luiz Fernando Corrêa, o Papagaio, presidente da Império Alviverde, uma das quatro organizadas inclusas no programa. "Isso só servirá para tirar as pessoas do anonimato. Todos sabem que a maioria dos problemas ocorre longe dos estádios. O torcedor violento vai brigar, independentemente de que roupa está vestindo. A solução para isso é policiamento ostensivo", afirmou.
Pelo novo sistema, que será aos poucos expandido para o resto do país, os membros das organizadas deverão, a partir deste mês, efetuar cadastro no site do programa Torcida Legal, do Ministério do Esporte (ainda a ser lançado). Receberá um horário e local para apresentar os documentos declarados e ter os dados biométricos (impressões digitais) registrados. Depois ganhará uma carteirinha, válida no país inteiro, que permitirá o acesso aos estádios com os materiais das organizadas a fase presencial do cadastro está prevista para começar em junho.
Os bancos de dados do programa e das organizadas serão confrontados para verificar se o cadastrado pertence à facção. "Será obrigação da torcida comunicar a saída de membros", explicou o coordenador do Ministério do Esporte, Alexandre de Limeira. As medidas também obrigarão as torcidas a se tornar entidades civis. Para isso, terão de seguir regras estipuladas pelo MP e pelo Ministério do Esporte, como possuir registro de pessoa jurídica (CNPJ).
No momento, apenas quatro facções de Curitiba se enquadram nas regras: Império Alviverde (Coritiba), Fúria Independente (Paraná), Os Fanáticos e Ultras (Atlético). "Elas estão proibidas de ter os comandos. Caso tenham, não podem mais ser identificadas como organizadas. Todas terão de ter um comando único", afirmou Deliberador.
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