Weggis, Suíça – Na idade que muitos jogadores começam a pendurar as chuteiras, Cafu distrai a mente pensando em conquistar recordes, ganhar títulos e até disputar a Copa de 2010. "Se derem brecha, estou aí...", avisa o lateral-direito, prestes a completar 36 anos.

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Às vésperas do Mundial, o veterano vislumbra uma lista de marcas que podem ser derrubadas por ele nos estádios da Alemanha: 1) Jogador a disputar o maior número de finais (quatro); 2) Primeiro a receber a taça duas vezes como capitão; 3) Igualar-se a Pelé como único tricampeão.

Tem ainda uma façanha menos complicada – superar Dunga e Taffarel (18 partidas no torneio da Fifa) como o brasileiro com maior participação em jogos do evento. Esse paulistano do paupérrimo bairro Jardim Irene – onde mantém uma fundação para o auxílio de crianças carentes – já disputou 16 duelos (três em 94; seis em 98; sete em 2002).

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"Estou muito motivado por estar na Copa do Mundo. E essa motivação é ainda mais forte diante da possibilidade de conseguir essas oportunidades", diz o camisa 2, que teve uma temporada difícil, vindo a sofrer um intervenção cirúrgica no joelho esquerdo (em 16 de fevereiro). No mesmo dia, aproveitou para corrigir o septo nasal e retirar as amígdalas.

"Estou recuperado, 98% pronto. Quero agora conseguir um bom ritmo de jogo para poder ajudar a seleção a ganhar seu sexto título. E isto vai ser fácil", garante.

Em Weggis, onde a equipe se prepara, o defensor recebe tratamento diferenciado dos médicos e preparadores físicos. Assim mesmo, devido à capacidade para suportar exercícios, mantém a fama de "pulmão" do grupo.

Há pouco mais de uma década titular absoluto com a camisa amarela, o atleta do Milan sempre conviveu com as críticas – ainda mais agora com Cicinho fazendo sombra. Para aqueles que não o aprovam, costuma usar uma frase pronta e irônica.

"Em 94, diziam que eu era muito novo; em 98, não sabia marcar; 2002, não sabia marcar também. Agora falam que sou velho. Quero ver o que vão dizer na Copa de 2010", solta, em claro contra-ataque.

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Cafu também não faz média quando perguntado sobre o favoritismo verde e amarelo. "Se considerarmos os grandes nomes que temos aqui, o Brasil é sim o time mais forte. Agora, sem dúvida, precisamos confirmar isso a cada confronto", alerta o jogador.

O capitão parece seguir à risca o livro Inteligência Emocional, obra da qual já se declarou admirador. O best seller do americano Daniel Goleman mostra que aqueles com habilidade de lidar com pessoas – e não as mais inteligentes – têm maiores chances de obter o sucesso na carreira profissional. Eis o segredo desse caçador de recordes. "Veja a foto do título em 2002. Todos saíram nela. Não há reservas na seleção."