• Carregando...

A página mais triste no roteiro da Vila Capanema ocorreu no dia 30/11/80. Colorado e Cascavel decidiram o Paranaense daquele ano. Foi o chamado jogo do cai-cai. O time do interior, perdendo por 2 a 0, deixou o campo simulando contusões. A torcida boca-negra festejou mesmo assim.

"Teve troféu, volta olímpica, invasão de campo e até jantar de comemoração. Acho que só o bicho pelo título a gente não recebeu", conta rindo o ex-lateral Ari Marques, que tinha 25 anos quando aconteceu o lamentável episódio.

O hoje coordenador das categorias de base do Paraná lembra com detalhes a artimanha usada pelo adversário. "Com 25 minutos de jogo, ganhávamos por 2 a 0, eles perderam dois jogadores expulsos logo de cara. No segundo tempo, o Cascavel voltou com sete jogadores apenas – dois foram vetados pelo médico. O Buião, mais experiente, me avisou de cara: ‘Eles vão armar alguma, vão abandonar’. Não acreditei. Então logo vi o goleiro deles (Zico) simular uma contusão. Com seis em campo, o juiz (Tito Rodrigues) teve de cumprir a regra e acabar com o jogo."

De acordo com as normas do futebol, o duelo deveria ser encerrado com o placar de momento. Dessa forma, o Cascavel seria o campeão, pois poderia perder por 5 a 0 e assim mesmo ficaria com a taça. Diante da situação inusitada, a Federação Paranaense de Futebol proclamou os dois clubes como campeões da temporada.

"Iríamos vencer, sem dúvida. Era prata da casa e estava prestes a conquistar meu primeiro título profissional. Mas lembro que não teve decepção, não. Festejamos muito. Tenho a faixa de campeão até hoje guardada na minha casa. E com muito orgulho", afirma Marques.

Após o fim do Ferroviário, em 1971, foram escassos os triunfos festejados no Durival Britto. Além do imbróglio de 1980, apenas em 1993, com o Paraná, o torcedores saíram da Vila comemorando. Na ocasião, o time de Levir Culpi abria a séria do pentacampeonato estadual.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]