Calor, o novo inimigo

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Königstein – Os termômetros registraram ontem 38 ° C em Königstein, a sede da seleção brasileira, assim como em quase toda a Alemanha. Fato alarmante para uma equipe preocupada com a inusitada onda de calor durante a Copa-2006.

Após a partida contra a Croácia, alguns jogadores se queixaram da alta temperatura. Zé Roberto e Émerson, dois dos atletas com melhor desempenho físico, entram nesse time de reclamação. Acharam a partida "lenta" por conta do clima quente e árido.

O suposto problema tende ainda a se agravar no jogo de domingo, diante da Austrália. Munique, local do confronto, tem registrado uma média digna do verão europeu – com início nesse sábado.

Para o momento da partida, estima-se a possibilidade de até 29 ° C – ambiente similar ao registrado no duelo com os croatas, na noite de terça, em Berlim. O problema deve ser a baixa umidade relativa do ar, responsável pelo resfriamento do corpo.

"Possivelmente estará na casa de 28%. E isso é complicado. Pode causar hipertemia, ou explicando melhor: seria algo como um carro com motor aquecido subindo a serra", apontou o cardiologista da seleção, Serafim Borges. "O atleta produz pouco suor", completou.

"Estamos indicando aos jogadores que se hidratem ao máximo. Quanto mais líquido ingerirem melhor pode ser o rendimento nessa situação adversa", emendou José Luiz Runco, chefe do DM brasileiro.

Entre as preocupações, destaque para Ronaldo. Fora de forma, já se sabia previamente que ele não agüentaria os 90 minutos contra os croatas – justamente por causa do calor. O preparador físico Moraci Sant’Anna confirmou essa tendência dois dias antes da estréia.

O Fenômeno não entra em campo na calorosa estação desde o Mundial passado, no nada escaldante mês de junho asiático. Após a conquista do penta, nas outras duas vezes que o Brasil esteve em ação nessa época do ano (Copa das Confederações de 2003 e 2005), ele estava de licença para descansar.

Além da preparação para o torneio ter sido na gélida Weggis, a maioria dos convocados de Parreira não está mais habituada a trabalhar no verão – quando ocorre as férias no continente europeu.

E o estado de alerta não é exclusividade dos pentacampeões. A Inglaterra chiou após vencer sem agradar o Paraguai (1 a 0). A Fifa – que marcou 10 confrontos da primeira fase as 15 horas – mandou agora fechar o teto dos estádios de Frankfurt e Gelsenkirchen para amenizar a sensação térmica.

Outra medida permitiu que os jogadores bebessem água dentro de campo (seria permitido apenas nas laterais, em frente ao banco de reserva). Era uma saída para evitar escorregões com os plásticos largados no gramado.