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A novela acabou. As cambalhotas e os gols de Borges devem ir para o outro lado do mundo. Uma reunião na noite de ontem definiria a venda do jogador para Kyoto Purple Sanga, do Japão. A diretoria do Paraná, entretanto, só deve anunciar oficialmente a concretização da transferência no treino de hoje à tarde, na Vila Capanema. Os valores foram mantidos em sigilo.

Os direitos federativos do terceiro principal artilheiro do Brasileiro (19 gols) são divididos entre a L.A. Sports (60%) – parceira comercial do Tricolor – e o procurador do atleta, Márcio Rivellino (40%). Como forma de indenização por ter colocado o atacante na vitrine, o Paraná receberá 12% da negociação. A multa para rescisão do vínculo com o clube é de US$ 1,5 milhão. "Mas você pode ter certeza de que ele só sai por um valor mais alto do que esse. O Borges se valorizou muito", afirma Rivellino.

Para contar com o "goleador das cambalhotas" em 2006, o Kyoto Purple Sanga bateu equipes tradicionais da Europa. Nantes e Sochaux (França); e Real Betis, Espanyol e Atlético de Madrid (Espanha) chegaram a sondar o artilheiro. As propostas, porém, foram consideradas baixas. "É até ridículo. O Atlético de Madrid, por intermédio do Luís Pereira (ex-zagueiro da seleção brasileira e olheiro do time espanhol), me ofereceu 400 mil euros pelo empréstimo. Primeiro que o Borges só sai do Paraná vendido e depois que por esse valor não há conversa", explica o procurador.

Com a confirmação da transferência, Borges concretiza em parte o sonho de jogar fora do país. O desejo de atuar na Europa e enfrentar os mais importantes jogadores do mundo, no entanto, fica temporariamente adiado.

"Vou para onde me pagarem melhor. Tenho de pensar na minha carreira, mas também nos meus familiares", revela o matador.

Desde que foi contratado pelo Paraná, em abril, o baiano deixou claro que iria usar o Nacional para "fazer o nome". Deu certo. Graças aos gols e o bom futebol, o Betis tentou levá-lo para o Velho Continente em agosto. Ofereceu 1,5 milhão de euros. Borges chegou a se despedir dos companheiros, mas no fim, o negócio emperrou. "Daquela vez, nem eu sei o que aconteceu direito", relembra Rivellino.

Ontem, enquanto o técnico Luiz Carlos Barbieri definia o time que enfrenta o Vasco, Borges, com um largo sorriso no rosto, retirava tranqüilamente seus objetos pessoais do vestiário da Vila.

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