A temporada de 2010, a terceira consecutiva do Paraná na Série B, acentuou uma marca há tempos muito aparente nas arquibancadas do estádio Durival Britto e Silva. Apesar de alcançar o melhor desempenho na competição desde 2008 e de até ter fechado o período pré-Copa do Mundo como líder o Tricolor registrou sua pior média de público no campeonato nacional: 3.270 pagantes.
No ano passado, quando o time terminou o torneio na décima colocação, 3.493 torcedores, em média, compareciam à Vila Capanema por partida. Na primeira temporada após o rebaixamento, e com a posição final apenas um posto abaixo, o número de simpatizantes em cada jogo era de aproximadamente 4.401.
O principal culpado pelo fraco comparecimento, segundo dirigentes, é o resultado ou a falta dele dentro de campo. "O torcedor quer ver um time competitivo, vencedor, e quando não consegue vivenciar isso, ele se afasta", resume o vice-presidente de marketing paranista, Márcio Villela. "Não somos um time de massa [de proporção] nacional, mas com uma campanha melhor e mais regular, teríamos um número bem mais interessante", afirmou o presidente do Conselho Deliberativo, Benedito Barbosa, citando a média de público do Figueirense (8.375 pagantes) como algo palpável para o Tricolor no próximo ano.
O rival Coritiba, por exemplo, que disputou somente sete confrontos em Curitiba pela Série B, teve frequência cinco vezes maior do que a conquistada nos 19 duelos disputados sob mando paranista. A média de público no Couto Pereira foi de 16.503 espectadores, e a conseguida nos dez duelos na Arena Joinville, em Santa Catarina, alcançou 2.454 pagantes.
"O contexto e a conjuntura são diferentes. O Coxa amargou aquele tempo em Joinville e, para felicidade deles, estavam em primeiro quando voltaram. Não fosse assim, o resultado [de público] poderia ter sido diferente", ponderou Barbosa, que também culpou a parada no campeonato pelo baixo público. "Nunca a Copa foi tão ruim para nós. Quando estávamos ganhando adesões o time oscilou e isso refletiu [no público]", emendou.
Por outro lado, se o número absoluto mostra o afastamento dos torcedores, pelo menos o que diz respeito à arrecadação com bilheteria há uma evolução de R$ 250 mil valor que cobre quase um mês de folha salarial, que continua com praticamente três meses de atraso e pode influenciar na renovação de vários atletas para 2011 , chegando a pouco mais de R$ 1,2 milhão.
"Tivemos uma resposta postiva nesse ano [com o plano de sócio-torcedor]. Vamos buscar aproximar o torcedor do clube e fazer ações para garimpar e resgatar nossa torcida. Somos conscientes da nossa limitação, mas vamos usar a criatividade para melhorar essa situação", garantiu Villela, lembrando que a meta é dobrar os 3,5 mil sócios atuais do clube.
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