Com a camisa 12 da seleção juvenil, Roberta Ratzke foi eleita a melhor levantadora do Sul-Americano 2008| Foto: Divulgação / Arquivo pessoal

A vontade de praticar uma modalidade esportiva levou Roberta Ratzke a conhecer o vôlei, em 1998. Mal sabia ela que, 10 anos depois, estaria conquistando o título sul-americano juvenil com a seleção feminina, e de quebra seria eleita a melhor levantadora da competição. A rápida ascensão da curitibana de 1,85m – altura incomum para uma levantadora – faz com que, aos 18 anos, ela sonhe com os Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. Exagero ou confiança? Nem um, nem outro. Roberta pensa em ganhar experiência e títulos, na base de muito trabalho.

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"Não esperava ser escolhida no Sul-Americano como a melhor levantadora. Tudo que conquistei até aqui é fruto de muito treinamento, venho buscando por isso faz tempo, e fiquei muito feliz com o prêmio e com o título da seleção. Isso demonstra que as coisas que eu quero estão acontecendo", disse Roberta, em entrevista à Gazeta do Povo Online. Durante a sua curta passagem pela cidade natal, a jogadora do Pinheiros-SP aproveitou para relaxar ao lado da família e curtir o bom momento na sua curta, mas promissora carreira.

Desde os primeiros levantamentos na escolinha do Rexona, na época em que a equipe bicampeã brasileira estava sediada em Curitiba, Roberta passou por quatro clubes da capital paranaense, integrou seleções brasileiras de base, e logo se viu diante da primeira grande dificuldade da carreira: para onde seguir? Após a mudança do Rexona para o Rio de Janeiro, em 2004, uma lacuna permanece aberta entre atletas e fãs de vôlei em Curitiba.

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"Chega uma hora aqui que você não tem mais onde jogar, os times e a cidade não têm mais o que oferecer. Então você acaba tendo de buscar uma equipe fora daqui, alguma coisa melhor. Não reclamo de Curitiba, tive o mesmo treinador por cinco anos, bons campeonatos, mas o pessoal só vê importância em você até uma certa idade, depois você tem que sair e ir para outra cidade", explicou, lamentando a ausência de um time profissional, como nos tempos do Rexona. "Se tivesse um time adulto aqui, participando da Superliga, eu não sairia daqui, porque não tem coisa melhor do que ficar em casa".

Desenvolvimento longe de casa

Após passar um período jogando em Minas Gerais, Roberta Ratzke recebeu um convite do Pinheiros e agora reside em São Paulo, com todo o apoio e estrutura do clube. Apesar de jovem, desde o ano passado a curitibana treina com a equipe adulta. "Temos um time muito bom, que dá oportunidade para meninas jovens, e eu estou ganhando muitas coisas boas lá. Espero continuar jogando pelo Pinheiros e crescer junto com a equipe", comentou a levantadora, que revela que a altura privilegiada é um diferencial nas partidas e nas equipes em que jogou.

"A minha altura facilita tanto na rede quanto no fundo de quadra, e assim eu ganhei espaço nos times que passei. Por ser alta sempre me dei bem", comemorou, sem deixar de esconder o sonho de defender a seleção feminina principal. Com os mesmos 18 anos de Roberta, Fernanda Venturini defendeu o Brasil em uma Olimpíada pela primeira vez, em Seul-1988. Ou seja, nada é impossível, desde que se busque a excelência.

"A Fernanda é o meu espelho, considero ela a melhor levantadora que já defendeu a seleção. Atualmente acompanho a Dani Lins (do Rexona), ela é muito boa, e uma das favoritas a ficar com a posição da Fofão (que se aposentou da seleção brasileira). Na minha situação, jogar a Superliga me dá a chance de ser mais vista do que outras jogadoras, então acho positivo e possível chegar lá nos próximos anos", afirmou, otimista.

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Próximos passos

Até concretizar o sonho de defender a equipe adulta do Brasil, Roberta se concentra na Superliga – que começa no fim deste mês – e nos próximos desafios da seleção juvenil. Em 2009, as meninas disputam o Mundial, no México. "Pela idade, ainda devo jogar este próximo Mundial, no qual a Rússia e a China são duas das seleções favoritas, porque sempre chegam às finais. A Itália nos surpreendeu ao vencer o Europeu deste ano, então estas deverão ser as nossas principais adversárias lá", analisou Roberta.

Além dos planos com o Pinheiros e a seleção, Roberta Ratzke planeja o futuro fora das quadras. "Terminei o colegial e agora estou pensando em fazer faculdade de fisioterapia. Sempre quis trabalhar nesta área, mais ou menos ligada ao vôlei", finalizou.