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"Vamos fazer mais medalhas do que no Pan do Rio", garante o pu­­gi­­lis­­ta Everton Lopes. Isso com a au­­toridade de quem há duas semanas se tornou o primeiro brasileiro campeão mundial de boxe.

Para o baiano, o boxe nacional evoluiu muito em quatro anos e não vai deixar os cubanos repetirem a festa do Rio-2007. Naquele ano, ficaram com cinco dos 11 ouros. As lutas começam hoje.

"Estamos com uma equipe muito forte. O mais novinho [Da­­vid Lourenço, 19 anos] é campeão mundial juvenil", destaca. Em 2007, o Brasil teve um ouro, com Pedro Lima (até 69 kg). Ever­­ton ficou com a prata ao perder a final para o cubano Yodenis Ugas.

O pugilista de 23 anos diz não sentir desgaste por ter duas competições tão próximas. "Só preciso estar alegre, com ritmo, no samba. Quero terminar o ano com chave de ouro: o Mundial, a vaga olímpica [conquistada com o título] e o Pan", afirma.

Fora do ringue, o rapaz de 1,71 m, cabelo raspado, corrente grossa no pescoço e fones nos ouvidos – curtindo pagode e axé – bem se passaria por jogador de futebol. Aos 16 anos, o ex-lavador de carros até pensou em fazer um teste no Vitória. Mas viu as lutas de boxe pela tevê e trocou as chuteiras pelas luvas.

Com o bom momento, tem pensado no boxe profissional. "Mas minha mãe não quer. Não gosta da ideia de eu lutar sem proteção". Outro fator que o se­­gura no amadorismo – além de profissionais não disputarem Olimpíadas – é o investimento que recebe. O boxe é um dos esportes nos quais a Petrobras aplica R$ 20 milhões por ano, até 2016. "Isso, o soldo da Marinha [formou-se marinheiro para os Jo­­gos Mundiais Militares] e o Bolsa Atleta [programa do governo federal] me mantêm", conta.

O Brasil terá outros seis pugilistas no masculino. A novidade é a estreia das mulheres na edição de Guadalajara. Lutarão a baiana Adriana dos Santos (categoria até 60 kg) e a paulista Roseli Feitosa (até 75 kg).

Entre elas, a dúvida entre ser amadora ou profissional é mais fácil de resolver. "No Brasil, uma mulher faria, como profissional, uma ou duas lutas. Somaria no máximo R$ 10 mil ao ano", conta. No caso dela, patrocinada pela Petrobras e recebendo Bolsa Atleta, vale mais a pena seguir onde está. "E ter oportunidade de uma Olimpíada. Porque todo esse investimento e nossa vinda para Guadalajara é visando aos Jogos de 2016", diz a pugilista de 22 anos.

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