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Enfim, um Mundial de clubes com cara de Mundial. Depois de 45 anos da tradicional disputa entre o campeão da Libertadores da América e o vencedor da Copa dos Campeões da Europa (exceção feita ao torneio vencido pelo Corinthians em 2000 no Rio), a Fifa conseguiu reunir pela primeira vez todos os campeões continentais no Japão.

"Você tem de incluir o resto do mundo para fazer um verdadeiro campeonato mundial. Como o confronto Europa x América do Sul pode ser conhecido como um campeonato mundial?", analisou o presidente da Fifa, Joseph Blatter.

A briga pelo posto de time número 1 do planeta começa hoje, às 8h20 (horário de Brasília), com o egípcio Al-Ahly – representante africano invicto há 55 partidas – encarando o "brasileiríssimo" Al-Ittihad (bicampeão asiático), equipe comandada pelo ex-coxa-branca Tcheco e pelos ex-atleticanos Marcão e Lima. Contratado a peso de ouro junto ao Palmeiras, o meia Pedrinho fecha o clã verde e amarelo. Quem passar encara o São Paulo numa semifinal. Beneficiado pela maior tradição, o Tricolor do Morumbi, bem como o Liverpool, foram poupados da fase inicial. Os brasileiros jogam na quarta-feira.

Amanhã, também às 8h20 (de Brasília), será a vez do costa-rriquenho Deportivo Saprissa, vencedor da Copa da Concacaf debutar em mundiais. O time mais popular da Costa Rica enfrenta o calouro Sydney FC.

Fundado no ano passado, o time australiano deposita suas esperanças nos pés do craque Dwight Yorke, ex-atacante do poderoso Manchester United. Depois ajudar na classificação de Trinidad e Tobago para a Copa, Yorke busca o segundo milagre do ano. O veterano Kazu, ex-Coritiba, também defende o clube da Oceania.

Enquanto aguarda o resultado do duelo de camarote, o Liverpool, depois de derrubar o Milan na memorável final da Copa dos Campeões do ano passado, nos pênaltis, após estar perdendo por 3 a 0, ainda se debate sobre a verdadeira importância do Mundial.

Os seis participantes irão dividir uma premiação estimada em US$ 15 milhões. O campeão, sozinho, embolsa US$ 4,5 milhões.

"É um dinheiro considerável. Basta dizer que um jogador médio vendido para a Europa rende esse valor para o clube. Um dinheiro que vai nos ajudar bastante, mas não podemos esquecer que esse ano já terminamos no azul. Pela primeira vez, em muito tempo, não precisamos vender ninguém para equilibrar as contas", comentou o presidente do São Paulo Marcelo Portugal Gouvêa, no lobby do hotel Four Seasons, considerado o mais luxuoso da Ásia.

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