O Campeonato Português começará nesta sexta-feira (17) marcado pelo pouco investimento em contratações de "grandes jogadores", um sintoma da crise que afeta o país, embora alguns clubes tenham mantido suas principais estrelas, cobiçadas por grandes equipes do futebol europeu.
A despesa em reforços de clubes como Porto, Benfica e Sporting de Lisboa mal chega a 40 milhões de euros (R$ 99,9 milhões), frente aos cerca de 70 milhões de euros (R$ 173,9 milhões) que foram investidos no ano passado, prova da tranquilidade que vive o mercado de transferências luso.
A principal diferença em relação às outras temporadas foi a ausência de transferências milionárias, como as realizadas no ano passado: Radamel Falcão foi negociado com o Atlético de Madrid por 40 milhões de euros e Fábio Coentrão se transferiu para o Real Madrid por 30 milhões de euros.
Surpreendentemente, os jogadores de mais destaque de Portugal seguem em suas equipes apesar do grande interesse de alguns dos clubes mais importantes da Europa.
São os casos do atacante brasileiro Hulk, do meia-atacante colombiano James Rodríguez e do português João Moutinho (Porto); do atacante paraguaio Óscar Cardozo, do meia belga Axel Witsel e do meia-atacante argentino Nico Gaitán (Benfica); assim como do goleiro português Rui Patrício e do atacante holandês Van Volfswinkel (Sporting de Lisboa).
Faltando apenas duas semanas para o fechamento do mercado de tranferências em Portugal, não é possível descartar a venda de alguns deles. Os que mais interessam parecem ser Hulk e Gaitán, duas transferências que renderiam milhões de euros se concretizadas.
Do lado das contratações, as três maiores de 2012 foram as do atacante colombiano Jackson Martínez pelo Porto, por 8,8 milhões de euros (R$ 21,8 milhões), e as de Ola Johnson e Salvio ao Benfica, por nove e 11 milhões de euros (R$ 22,3 e 27,3 milhões), respectivamente.
O Sporting voltou a ser o mais ativo em contratações devido a sua longa seca de títulos, que se prolonga desde 2009, embora a maior parte dos reforços tenham chegado de graça. São os casos de Boulahrouz, Pranjic, Gelson Fernandes e Labyad, enquanto pelos argentinos Marcos Rojo e Valentín Viola o clube pagou cerca de quatro milhões de euros por cada um (R$ 9,9 milhões).
Em nível geral, o orçamento das 16 equipes de primeira divisão de Portugal alcança os 260 milhões de euros (R$ 645,9 milhões), o que daria uma média de 16 milhões de euros (R$ 39,7 milhões) por clube, "inferior ao que gasta qualquer clube da segunda divisão francesa", segundo assinalou o jornal "Público".
As estatísticas, no entanto, não refletem as enormes diferenças entre os "grandes" e as equipes mais humildes. Exceto o Porto, que investiu 100 milhões de euros (R$ 248,4 milhões), Benfica, com investimentos de 70 milhões de euros (R$ 173,9 milhões), Sporting, com 40 milhões de euros (R$ 99,3 milhões) e o Braga, com 15 milhões de euros (R$ 37,2 milhões), nenhuma das outras 12 equipes supera os seis milhões de euros (R$ 14,9 milhões) de orçamento.
Campeonato
O Campeonato Português terá uma primeira rodada interessante com o duelo entre o Benfica e o Braga, dois dos candidatos que surgem como favoritos. O treinador do Benfica, Jorge Jesus, sabe da importância do duelo inicial. "Queremos começar com o pé direito".
Já no domingo (19), será a vez do Porto entrar em campo contra o Gil Vicente, na casa do adversário, e o clube deve atuar sem os brasileiros Hulk, Danilo e Alex Sandro, que chegaram ao país nesta sexta-feira, após a disputa dos Jogos Olímpicos de Londres com a seleção brasileira.
O Sporting começará sua busca pelo primeiro posto fora de casa perante o Vitória de Guimarães, em um duelo que promete ser bom.