Candidatos a prefeito cobram transparência nas obras da Arena

Os dois candidatos a prefeito de Curitiba que disputam o segundo turno, Gustavo Fruet (PDT) e Ratinho Junior (PSC) comentaram as denúncias publicadas na imprensa nos últimos dias de que o presidente do Atlético, Mario Celso Petraglia, tem contratado empresas de familiares para execução de parte das obras da Arena da Baixada para a Copa do Mundo de 2014 - bancadas com dois terços de verba pública.

Ratinho Junior disse que vê a situação "com muita preocupação". Ele voltou a criticar com veemência a falta de transparência nos gastos com as obras e repetiu o que tinha dito na última segunda-feira em debate promovido pela Gazeta do Povo: "Tinha dito que sou contra dar o dinheiro na mão do [presidente do Atlético, Mario Celso] Petraglia para gastar como bem quiser. Eu mostrei que estava certo", afirmou.

"Se eleito, vou pedir para o Ministério Público rever este contrato e com a maior transparência possível dar garantias ao cidadão atleticano, coxa-branca, paranista e até aquele que não gosta de futebol", acrescentou.

Gustavo Fruet disse que "é preciso ter transparência e clareza na utilização do financiamento e na gestão dos recursos". Para ele, a questão merece o acompanhamento da sociedade. "Esse tipo de denúncia, de conflito, só aumenta a dúvida, só gera mais divergência em relação à solução a ser adotada pela cidade".

Ele afirmou ainda que a concessão de potencial construtivo pela prefeitura, se não for tratada com clareza e transparência, será uma "bomba-relógio" para o prefeito eleito. "Minha única preocupação é que há uma pressão muito grande. Quando mais se retarda a solução, a pressão vai ser muito maior para a próxima gestão."

No entanto, ele disse que é favorável à aplicação de dinheiro público na Arena para a realização da Copa do Mundo de 2014, desde que o retorno seja satisfatório. "Todo investimento de um porte deste tem investimento público. O que a gente precisa é saber se isso vai ter contrapartida para a prefeitura e para a cidade. Se não, não tem sentido. Temos de ter clareza na aplicação do recurso e na contrapartida para a cidade. Por isso acho que está sendo mal conduzido este processo", afirmou.