Em visita ao Jardim Botânico, Oleg Ostapenko revela o carinho que tem pela cidade: de olho na Olimpíada carioca| Foto: Albari Rosa/ Gazeta do Povo

Formação

A Cegin tem 30 atletas. A meta, diz a coordenadora da entidade, Eliane Martins, é chegar, ao final de 2013, a 200 mil ginastas, em 32 pólos pelo estado. Entre os dias 12 e 14 de outubro serão anunciadas as 16 cidades que receberão o projeto em 2012, com a parceria das prefeituras. Os outros 16 centros terão início em 2013, cada um com 500 ou 600 atletas.

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"Um bom contrato", como ele define, foi o que convenceu o técnico ucraniano Oleg Ostapen­­ko a voltar para Curitiba. Res­­ponsável por formar a equipe de ginástica olímpica que, entre 2002 e 2008, colocou o Brasil en­­tre as dez maiores potências mundiais na modalidade, ele retorna ao Paraná com um novo foco: formar, desde a infância, as próximas gerações do esporte. O ucraniano não quer mais comandar adultas.

"Cansei", diz, resumindo o motivo da mudança, depois de quase dez anos à frente de seleções nacionais (sete no Brasil e dois e meio na Rússia). Ainda com dificuldades de encontrar palavras em português, Oleg usa frases concisas. Para explicações mais elaboradas, pede a ajuda da mulher, Nadiia Ostapenko, que é coreógrafa.

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O técnico vai formar atletas a partir dos sete anos no Centro de Excelência de Ginástica do Para­ná (Cegin). Com ginastas a partir dos 11 anos, é possível pensar na Olimpíada do Rio, em 2016. "Esse é o meu foco principal", avi­­sa o ucraniano.

A primeira estada de Oleg no país era bancada pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para atender à Confederação Brasi­­lei­­ra de Ginástica (CBG), então presidida por Vicélia Florenzano, hoje presidente da Federação Pa­­ranaense de Ginástica (FPG) e responsável pelas costuras do novo acordo.

O treinador assinou contrato por dois anos pelo convênio da FPG com uma associação de em­­presários interessados em investir no esporte (como João Paulo Diniz e Roberto Klabin), a Live Wright. Eles in­­vestirão R$ 3,5 milhões na Cegin para aumentar o número de técnicos e atletas de ginástica artística no estado em 2011. A parceria vale até 2020, com cifras que tendem a aumentar conforme a evolução do projeto.

Sobre suas ex-comandadas na seleção – Jade Barbosa, Daniele Hypólito, Daiane dos Santos –, Oleg evita comentar, embora não esconda que o "cansaço" que tem das mais experientes é pelas crises de choro e diversas reclamações, como a de manter o pe­­so, questões recorrentes na­­quela geração.

Conta que não acompanhou de perto as brasileiras desde que re­­tornou à Europa. Sobre as possibilidades de medalha na­­cio­­nal na próxima Olimpíada, em Lon­­dres, diz apenas que as ginastas "estão velhas", indicando que as chances são mais remotas do que em Pequim-2008.

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Projetando os Jogos de 2012, afirma que não terá muito o que fa­­zer em relação às ginastas da Cegin na seleção, como Bruna Leal e Ana Cláudia Silva. "Posso ajudar. Vou trabalhar com jo­­vens para o Rio de Janeiro. O ob­­jetivo principal é esse". Já sobre a possibilidade de voltar a comandar a equipe nacional, é evasivo: "Ainda é cedo para pensar nisso. Tem-se, primeiro, que formar as atletas".